Olá pessoal do Casa & Música,
Estamos um pouco sumidos, não é verdade?! Os afazeres e a correria da vida as vezes afetam a gente também! Mas hoje assisti um vídeo interessantíssimo que resolvi compartilhar com vocês! Olha que bacana!!! Muita criatividade e talento!!!
domingo, 28 de abril de 2013
sábado, 6 de abril de 2013
A vida com sabor de tutti-frutti
Pedro tinha comprado um sapato novo. Era a primeira vez que iria usá-lo. Usou desodorante para os pés, calçou meias novas, atarracou o pisante nos cascos e saiu pela porta da sala. Ao passar pelo portão da varanda e dar o primeiro passo na calçada, pisou em um cocô de cachorro. Daqueles bem fedorentos, grudentos e quentes, feitos a pouco tempo. Pedro irou-se profundamente.
Um milhão de palavrões diferentes poderiam ter sido ouvido de sua boca, se Pedro não fosse um daqueles cristãos convictos. Mesmo assim, deu um soco no muro, jogou o jornal pendurado debaixo do braço no chão, ofendeu a mãe do cachorro. Sem mais o que fazer, depois de inchar sua veia jugular, voltou pra dentro de casa com um pé descalço e o sapato cagado na mão. Ao entrar em casa percebe a porta do banheiro encostada com o barulho do chuveiro espirrando água pelo chão vazio. Mete o olho pela brecha da porta entreaberta e vê seu filho de seis anos caído no chão desacordado. Joga o sapato pro alto, dá um empurrão porta adentro ao mesmo tempo que grita sua mulher na cozinha. Pega o menino molhado no colo, inconsciente e sai desesperado gritando por socorro no meio da rua. Entra na frente de um carro sem medir as consequências. O carro pára com uma freada brusca. Pedro dependurasse na janela e pede ao moço a caridade de levar ele e o filho combalido ao hospital. Nem espera a resposta e ajeita o menino no banco traseiro e assenta-se no banco do carona. O estranho não tem tempo para explicações e acelera para o hospital.
Sem ter tempo de organizar as informações na cabeça, só depois de alguns minutos Pedro recobra o raciocínio e resolve olhar para o motorista e prestar maiores esclarecimentos. Ao encarar o sujeito, percebe lágrimas nos olhos daquele homem. Olha mais um pouco, e vê uma arma entre as pernas do estranho. Se assusta com a cena, mas o desespero por ver o filho desfalecido era maior e lhe dava coragem naquela hora pra não fazer loucuras. Então resolve perguntar para o moço o porque das lágrimas, o porque da arma. O homem em prantos responde que a poucos meses havia perdido o filho e a mulher em uma tragédia e estava decidido a se matar. Pedro começa a consolar aquele homem falando de Jesus, do amor de Deus, enquanto o carro corria em disparada rumo ao hospital para o salvamento do garoto. Quanto mais Pedro falava, mais o homem chorava. A criança permanecia desacordada enquanto Pedro continuava com a mão estendida sobre o pulso do menino para aferir sua vida. O motorista revela que se chama Augusto e no meio daquela tensa situação resolve que as palavras sobre Jesus que Pedro havia lhe falado mudou seu coração. Desistiu do suicídio, queria aceitar Jesus.
Ao chegar no hospital, Augusto deixa Pedro e o filho no atendimento de emergência e vai dirigindo para casa de sua irmã. No meio do caminho, Augusto passa por um rio, joga a arma fora e faz uma oração. Queria conhecer melhor o Deus anunciado por Pedro, que no meio daquela situação horrorosa encontrou forças pra lhe falar de amor. Chegou na casa de sua irmã, tocou a campainha. Rosália, sua irmã o recebeu na manhã daquele sábado.Não entendeu nada. Chamou Augusto pra dentro. Abraçou o irmão e inesperadamente ouviu Augusto falar de um amor que ele acabara de conhecer. Augusto disse que realmente o amor de Jesus era verdadeiro e foi capaz de salvá-lo da morte naquela manhã. Rosália também chorou. Resolveu que também queria conhecer esse amor que o irmão lhe contou. Sem muita prática, mas muita fé, os dois resolvem fazer uma oração ali abraçados e juntos. Pediram perdão a Deus pelos pecados e juntos declararam que queriam sentir a presença de Jesus em suas vidas. No fim do dia Augusto foi embora. Naquela noite, Rosália pensou muito sobre sua vida, sua decisão de querer conhecer o amor de Cristo. Decidiu que a primeira coisa a fazer seria pedir perdão ao pai de quem a vinte anos não tinha noticias sequer.
Na manhã seguinte, pega um ônibus e parte da capital São Paulo para o interior do estado procurar o conserto com o pai. Milhões de lembranças na cabeça e um desejo enorme de acertar tudo. Rosália queria paz, e só teria paz se conseguisse reparar os erros do passado. As brigas com o pai já não faziam sentido mais e manter a distância só validava a amargura como uma ferida que não quer sarar. Ao chegar no lugarejo, surpresa de alguns que reconheciam por detrás das rugas de Rosália aquela jovem que um dia foi embora sem informar o paradeiro. Quando seu pai avistou com suas vistas cansadas a filha perdida, danou-se a chorar. Um aperto profundo tomou aquele coração cansado e sofrido. Rosália abraçou o pai, seu Nicanor. Sem palavras, banhados de lágrimas, pediram perdão um ao outro. Rosália ficou para o jantar. Sônia a sobrinha desconhecida filha da falecida Odete sua irmã mais velha, põe o café da tarde enquanto prepara o jantar. Sônia com seus vinte e poucos anos sente um enorme prazer por conhecer a irmã de sua falecida mãe. Olha pra Rosália e enxerga em seu rosto os traços maternos precocemente retirados dela, sente-se chamada pela mãe ao ouvir seu nome pronunciado pela nova tia. Ninguém ali estava mais vislumbrada do que Sônia.
Ao final da visita, Sônia faz um pedido inesperado: pede a tia para dar moradia a ela na cidade grande. Queria ir pra capital pra estudar e ter uma profissão. Rosália fica feliz e emocionada com a proposta da sobrinha. Aceita imediatamente e com o consentimento do pai leva a jovem pra cidade, deixando seu Nicanor morando com o genro e Mirinha, antiga ajudadora da família desde os tempos de sua mãe viva.
Sônia parte com a tia para a capital. Cheia de sonhos, cheia de esperanças. Ao chegar em São Paulo e se instalar na casa de sua nova tutora, vai com a tia congregar em uma igreja perto de casa. Faz novos amigos, vive uma nova vida. Com um ano termina os estudos e se prepara para a faculdade. Com muito empenho e dedicação consegue uma vaga na universidade federal de medicina. Já na faculdade, também faz muitos amigos e interage com a vida agitada do campus.
Numa manhã de primavera, Sônia caminhando pelos pátios da universidade encontra uma menina sentada na sarjeta. Uma linda menina malcuidada. Cabelos por lavar, unhas encardidas, roupas malcheirosas, com uma mochila maltrapilha nas costas e um semblante de sofrimento. Sônia decide abordar aquela jovem. Descobre que tratava-se de Olívia, uma aluna de medicina que a vários dias não aparecia nas aulas. Olívia havia duas semanas que não pisava em casa. Se envolveu no mundo das drogas e o vício estava consumindo suas forças de tentarem sair daquela situação. Estava sem dinheiro e já havia praticado seus pequenos delitos para conseguir sustentar o vício. Sônia com muito custo carrega Olivia sobre os ombros e a leva para sua casa. Dá um banho na moça, dá-lhe roupas limpas, liga para os parentes informando o paradeiro da garota, e em menos de uma hora os pais aparecem para buscá-la. Sônia convida Olivia para visitar sua igreja, convite prontamente aceito.
No sábado seguinte, houve uma festa da juventude. Olivia compareceu. Lá ela conhece a todos, mas chama atenção especial de alguém: Heitor, o jovem mais cobiçado das meninas de plantão. Com o passar do tempo e com a frequência de Olívia nos cultos daquela igreja ela e Heitor se tornam íntimos. Surge o pedido de namoro. Olivia conta ao pretendente sobre os recentes problemas que tivera com as drogas. Ele compreende e promete ajudá-la em nome do amor que durante aquele curto tempo brotou em seu coração. Com seis meses de namoro, Heitor é aprovado em um concurso público e teria que se mudar para um estado distante, no centro-oeste do país. Propõe Olívia em casamento. A pequena, a essa altura livre das drogas, apaixonada e já convertida a Cristo aceita o pedido e resolve casar-se e ir embora com seu novo amor.
Depois do casamento, da despedida dos familiares e amigos veio a partida. Olivia e Heitor partem rumo ao desconhecido, rumo a oportunidade de uma vida melhor. Heitor chegando no lugar, uma cidade de importância regional naquele interior do país, descobre um cenário diferente do que havia imaginado. Lotado em uma companhia de saneamento básico como engenheiro descobre que havia muito o que fazer na periferia daquele lugar. Entusiasmado com seu novo emprego e cargo na empresa, Heitor utiliza toda sua capacidade administrativa para implementar as mudanças de melhoria e pouco a pouco vai chamando a atenção dos líderes políticos do lugar. Pouco tempo depois, Olivia recebe um convite de uma colega da nova faculdade para uma festa de aniversário. Essa amiga de nome Alice era filha do prefeito do lugar.
No dia e horário da festa, Olivia e Heitor marcaram presença no lindo aniversário da filha do prefeito, nova amiga de Olívia. Heitor fora apresentado aos convidados, apertou a mão de muita gente, brincou e ouviu brincadeiras naquele clima amistoso típico de uma festividade. Num determinado momento, Heitor fora apresentado oficialmente ao prefeito da cidade. O prefeito, gente boa toda vida, deu um forte abraço em Heitor e lhe contou que já ouviu falar do seu trabalho na companhia de abastecimento da cidade. Naquela mesma festa, estava presente o governador do estado. E o inusitado aconteceu: Heitor foi convidado a assumir a secretaria de infra-estrutura daquele estado. Depois de semanas de negociação e conversações Heitor aceita o novo desafio profissional com uma condição: de levar consigo para a capital do estado João Luis, seu braço direito na empresa de saneamento.
Um mês depois, lá estava João Luis com sua esposa Renata e Marco Antônio, seu filho de oito anos mudando-se para a capital para assessorar o novo secretário estadual de infra-estrutura: Heitor Alves. João Luis e Renata formavam um lindo casal. Renata tinha um sonho na vida: ser mãe. Depois de sofrer dois abortos espontâneos e uma gravidez de alto risco, concebeu Marco Antônio um lindo garoto levado da breca. Marco Antônio era muito inteligente apesar da sua síndrome de down. Na mudança para a capital, Renata matriculou seu filho na nova escola. Dentre muitos amigos que Marco Antônio fez, um foi especial: Vitor. Vitor e Marco Antônio se transformaram rapidamente em melhores amigos. Daqueles que viviam dormindo nas casas uns dos outros, passeando juntos e tudo o mais. Essa proximidade dos garotos também aproximou João Luis e Renata de Katsuo Tanaka e Angélica Tanaka, pais de Vitor.
Por volta do primeiro ano completado da nova vida na capital, Renata e João Luis convidam o casal Tanaka para um passeio no pantanal. Uns dias de férias. Afinal o sonho do filho Marco Antônio era conhecer um jacaré de pertinho e Vitor também ia no mesmo embalo. Aceito o convite, partiram para o tão esperado divertimento turístico. Os adultos adoraram a oportunidade de descansar na natureza, as crianças se encantaram com a realização do sonho. Na volta para casa, por força de inconvenientes inusitados, João se viu obrigado a seguir viagem no meio da noite com seu carro. A estrada era ruim, trechos sem asfalto, serração e mata fechada lá pelas tantas da madrugada. Em determinado momento eis que uma cena chocante brota diante dos seus olhos: uma carreta desgovernada avança sobre um pequeno automóvel e um terrível acidente acontece. João pára o carro com todos a bordo e junto ao amigo Tanaka vasculham por vidas. Destroços, ferros retorcidos e corpos desfigurados. Sem vestígio de vida, já se dando por vencidos, Tanaka ouve um gemido vindo de dentro do carro. Lança uma luz para dentro do carro destruído e vê o brilho dos olhos de uma pequena garotinha. Era Sofia, a filha do casal que acabara de sofrer a fatalidade. Sem ferramentas mas um ímpeto enorme de ajudar, João e Tanaka começam a revirar a lataria destruída e buscar um jeito de salvar a vida daquela pequena. Depois de muita luta na solidão daquela estrada vazia, conseguem retirar a sobrevivente, uma garotinha de cinco anos de idade. Pequena, franzina, assustada e ilesa, Tanaka leva a criança ao carro do amigo no seu colo. Angélica sua esposa abraça a criança e chora como se recebesse nos braços o próprio filho, que junto ao amiguinho dormia no banco de trás. Levaram a menina para o hospital, cuidaram dela. No dia seguinte, descobriram que os únicos parentes diretos da menina eram os pais, ciganos viajantes que viviam a perambular pelo país sem rumo e sem destino.Angélica fez um pedido ao marido: queria adotar Sofia. Entraram com os papéis. A justiça concedeu favorável a adoção da criança ao casal Tanaka, que além de Vitor agora tinha uma nova integrante.
Sofia cresceu, recebeu a melhor educação que uma criança poderia receber. Vinte e cinco anos se passaram e Sofia se tornou uma linda mulher de olhos verdes, cabelos cor de ouro, sorriso encantador e formas esculturais. Sua beleza era tamanha que na região era convidada a fazer comerciais de tv, por isso resolveu estudar publicidade e propaganda. Com muito trabalho e esforço acabou conquistando uma bolsa de pesquisa para estudar mestrado em São Paulo.
Mudou-se para a mega-metrópole. Alguns meses se passaram Sofia conheceu Roberta e ficaram muito amigas. A amizade foi tanta que dividiram o apartamento e moravam juntas. Roberta levou Sofia na igreja que congregava e a partir dai, todos os domingos, saiam da igreja e passavam na sorveteria ponto de encontro dos jovens do bairro. Num desses encontros, Sofia conheceu Felipe. Descobriram muitas afinidades. Felipe também fazia mestrado na mesma área que Sofia, detestavam berinjela, ovo frito com gema mole, gostavam de ouvir jazz e diferente da esmagadora maioria das pessoas, detestavam sorvete de chocolate, tinham o gosto em comum pelo sabor de tutti-frutti. Foram algumas semanas de flerte até Felipe convidar Sofia para sair.
Foi um almoço de sábado. Muito especial por sinal. Falaram mais sobre seus gostos, suas preferências...contaram histórias da vida...Felipe contou que pensou em ser artista de circo, Sofia disse que fazia propagandas de tv na sua terra natal. Riram bastante, se divertiram um com um outro. Falaram de seus sentimentos. Conversaram sobre suas pretensões. Deram o primeiro beijo. Olharam para o dia, e sentiram que ele estava mais belo. Saíram do restaurante de mãos dadas e foram para o parque da cidade, caminhando mesmo. Foi ao chegar no parque que algo desagradável aconteceu: Sofia pisou em um cocô de cachorro e sujou sua sandália novinha comprada para o encontro. Sentiu-se envergonhada, cuspiu alguns marimbondos de raiva. Felipe sorriu, arranjou um pedaço de papel sujo jogado na rua e prontamente limpou o calçado da namorada. Foi ai, sem se alterar ou inflamar a moça, que ele revelou algo interessante:
- Sofia, se eu estou vivo hoje é porque meu pai pisou em um cocô de cachorro.
Em meio a sorrisos continuou:
- Meu pai ao sair de casa pisou em um desses e por causa disso teve tempo de me socorrer de uma parada respiratória que eu sofri. O médico disse que se demorasse mais alguns minutos eu teria morrido. Então, não me incomodo mais com esse tipo de coisa, porque aprendi que tudo tem um propósito nessa vida.
Nesse instante, passa um carrinho de sorvete e o sorveteiro oferece:
- Moço, estou voltando pra sorveteria só tenho dois últimos sorvetes aqui de sabor tutti-frutti, vai querer?
Sofia agora já sorridente responde:
- Vamos sim é o nosso favorito!
"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Romanos 8:28
Ao chegar no hospital, Augusto deixa Pedro e o filho no atendimento de emergência e vai dirigindo para casa de sua irmã. No meio do caminho, Augusto passa por um rio, joga a arma fora e faz uma oração. Queria conhecer melhor o Deus anunciado por Pedro, que no meio daquela situação horrorosa encontrou forças pra lhe falar de amor. Chegou na casa de sua irmã, tocou a campainha. Rosália, sua irmã o recebeu na manhã daquele sábado.Não entendeu nada. Chamou Augusto pra dentro. Abraçou o irmão e inesperadamente ouviu Augusto falar de um amor que ele acabara de conhecer. Augusto disse que realmente o amor de Jesus era verdadeiro e foi capaz de salvá-lo da morte naquela manhã. Rosália também chorou. Resolveu que também queria conhecer esse amor que o irmão lhe contou. Sem muita prática, mas muita fé, os dois resolvem fazer uma oração ali abraçados e juntos. Pediram perdão a Deus pelos pecados e juntos declararam que queriam sentir a presença de Jesus em suas vidas. No fim do dia Augusto foi embora. Naquela noite, Rosália pensou muito sobre sua vida, sua decisão de querer conhecer o amor de Cristo. Decidiu que a primeira coisa a fazer seria pedir perdão ao pai de quem a vinte anos não tinha noticias sequer.
Na manhã seguinte, pega um ônibus e parte da capital São Paulo para o interior do estado procurar o conserto com o pai. Milhões de lembranças na cabeça e um desejo enorme de acertar tudo. Rosália queria paz, e só teria paz se conseguisse reparar os erros do passado. As brigas com o pai já não faziam sentido mais e manter a distância só validava a amargura como uma ferida que não quer sarar. Ao chegar no lugarejo, surpresa de alguns que reconheciam por detrás das rugas de Rosália aquela jovem que um dia foi embora sem informar o paradeiro. Quando seu pai avistou com suas vistas cansadas a filha perdida, danou-se a chorar. Um aperto profundo tomou aquele coração cansado e sofrido. Rosália abraçou o pai, seu Nicanor. Sem palavras, banhados de lágrimas, pediram perdão um ao outro. Rosália ficou para o jantar. Sônia a sobrinha desconhecida filha da falecida Odete sua irmã mais velha, põe o café da tarde enquanto prepara o jantar. Sônia com seus vinte e poucos anos sente um enorme prazer por conhecer a irmã de sua falecida mãe. Olha pra Rosália e enxerga em seu rosto os traços maternos precocemente retirados dela, sente-se chamada pela mãe ao ouvir seu nome pronunciado pela nova tia. Ninguém ali estava mais vislumbrada do que Sônia.
Ao final da visita, Sônia faz um pedido inesperado: pede a tia para dar moradia a ela na cidade grande. Queria ir pra capital pra estudar e ter uma profissão. Rosália fica feliz e emocionada com a proposta da sobrinha. Aceita imediatamente e com o consentimento do pai leva a jovem pra cidade, deixando seu Nicanor morando com o genro e Mirinha, antiga ajudadora da família desde os tempos de sua mãe viva.
Sônia parte com a tia para a capital. Cheia de sonhos, cheia de esperanças. Ao chegar em São Paulo e se instalar na casa de sua nova tutora, vai com a tia congregar em uma igreja perto de casa. Faz novos amigos, vive uma nova vida. Com um ano termina os estudos e se prepara para a faculdade. Com muito empenho e dedicação consegue uma vaga na universidade federal de medicina. Já na faculdade, também faz muitos amigos e interage com a vida agitada do campus.
Numa manhã de primavera, Sônia caminhando pelos pátios da universidade encontra uma menina sentada na sarjeta. Uma linda menina malcuidada. Cabelos por lavar, unhas encardidas, roupas malcheirosas, com uma mochila maltrapilha nas costas e um semblante de sofrimento. Sônia decide abordar aquela jovem. Descobre que tratava-se de Olívia, uma aluna de medicina que a vários dias não aparecia nas aulas. Olívia havia duas semanas que não pisava em casa. Se envolveu no mundo das drogas e o vício estava consumindo suas forças de tentarem sair daquela situação. Estava sem dinheiro e já havia praticado seus pequenos delitos para conseguir sustentar o vício. Sônia com muito custo carrega Olivia sobre os ombros e a leva para sua casa. Dá um banho na moça, dá-lhe roupas limpas, liga para os parentes informando o paradeiro da garota, e em menos de uma hora os pais aparecem para buscá-la. Sônia convida Olivia para visitar sua igreja, convite prontamente aceito.
No sábado seguinte, houve uma festa da juventude. Olivia compareceu. Lá ela conhece a todos, mas chama atenção especial de alguém: Heitor, o jovem mais cobiçado das meninas de plantão. Com o passar do tempo e com a frequência de Olívia nos cultos daquela igreja ela e Heitor se tornam íntimos. Surge o pedido de namoro. Olivia conta ao pretendente sobre os recentes problemas que tivera com as drogas. Ele compreende e promete ajudá-la em nome do amor que durante aquele curto tempo brotou em seu coração. Com seis meses de namoro, Heitor é aprovado em um concurso público e teria que se mudar para um estado distante, no centro-oeste do país. Propõe Olívia em casamento. A pequena, a essa altura livre das drogas, apaixonada e já convertida a Cristo aceita o pedido e resolve casar-se e ir embora com seu novo amor.
Depois do casamento, da despedida dos familiares e amigos veio a partida. Olivia e Heitor partem rumo ao desconhecido, rumo a oportunidade de uma vida melhor. Heitor chegando no lugar, uma cidade de importância regional naquele interior do país, descobre um cenário diferente do que havia imaginado. Lotado em uma companhia de saneamento básico como engenheiro descobre que havia muito o que fazer na periferia daquele lugar. Entusiasmado com seu novo emprego e cargo na empresa, Heitor utiliza toda sua capacidade administrativa para implementar as mudanças de melhoria e pouco a pouco vai chamando a atenção dos líderes políticos do lugar. Pouco tempo depois, Olivia recebe um convite de uma colega da nova faculdade para uma festa de aniversário. Essa amiga de nome Alice era filha do prefeito do lugar.
No dia e horário da festa, Olivia e Heitor marcaram presença no lindo aniversário da filha do prefeito, nova amiga de Olívia. Heitor fora apresentado aos convidados, apertou a mão de muita gente, brincou e ouviu brincadeiras naquele clima amistoso típico de uma festividade. Num determinado momento, Heitor fora apresentado oficialmente ao prefeito da cidade. O prefeito, gente boa toda vida, deu um forte abraço em Heitor e lhe contou que já ouviu falar do seu trabalho na companhia de abastecimento da cidade. Naquela mesma festa, estava presente o governador do estado. E o inusitado aconteceu: Heitor foi convidado a assumir a secretaria de infra-estrutura daquele estado. Depois de semanas de negociação e conversações Heitor aceita o novo desafio profissional com uma condição: de levar consigo para a capital do estado João Luis, seu braço direito na empresa de saneamento.
Um mês depois, lá estava João Luis com sua esposa Renata e Marco Antônio, seu filho de oito anos mudando-se para a capital para assessorar o novo secretário estadual de infra-estrutura: Heitor Alves. João Luis e Renata formavam um lindo casal. Renata tinha um sonho na vida: ser mãe. Depois de sofrer dois abortos espontâneos e uma gravidez de alto risco, concebeu Marco Antônio um lindo garoto levado da breca. Marco Antônio era muito inteligente apesar da sua síndrome de down. Na mudança para a capital, Renata matriculou seu filho na nova escola. Dentre muitos amigos que Marco Antônio fez, um foi especial: Vitor. Vitor e Marco Antônio se transformaram rapidamente em melhores amigos. Daqueles que viviam dormindo nas casas uns dos outros, passeando juntos e tudo o mais. Essa proximidade dos garotos também aproximou João Luis e Renata de Katsuo Tanaka e Angélica Tanaka, pais de Vitor.
Por volta do primeiro ano completado da nova vida na capital, Renata e João Luis convidam o casal Tanaka para um passeio no pantanal. Uns dias de férias. Afinal o sonho do filho Marco Antônio era conhecer um jacaré de pertinho e Vitor também ia no mesmo embalo. Aceito o convite, partiram para o tão esperado divertimento turístico. Os adultos adoraram a oportunidade de descansar na natureza, as crianças se encantaram com a realização do sonho. Na volta para casa, por força de inconvenientes inusitados, João se viu obrigado a seguir viagem no meio da noite com seu carro. A estrada era ruim, trechos sem asfalto, serração e mata fechada lá pelas tantas da madrugada. Em determinado momento eis que uma cena chocante brota diante dos seus olhos: uma carreta desgovernada avança sobre um pequeno automóvel e um terrível acidente acontece. João pára o carro com todos a bordo e junto ao amigo Tanaka vasculham por vidas. Destroços, ferros retorcidos e corpos desfigurados. Sem vestígio de vida, já se dando por vencidos, Tanaka ouve um gemido vindo de dentro do carro. Lança uma luz para dentro do carro destruído e vê o brilho dos olhos de uma pequena garotinha. Era Sofia, a filha do casal que acabara de sofrer a fatalidade. Sem ferramentas mas um ímpeto enorme de ajudar, João e Tanaka começam a revirar a lataria destruída e buscar um jeito de salvar a vida daquela pequena. Depois de muita luta na solidão daquela estrada vazia, conseguem retirar a sobrevivente, uma garotinha de cinco anos de idade. Pequena, franzina, assustada e ilesa, Tanaka leva a criança ao carro do amigo no seu colo. Angélica sua esposa abraça a criança e chora como se recebesse nos braços o próprio filho, que junto ao amiguinho dormia no banco de trás. Levaram a menina para o hospital, cuidaram dela. No dia seguinte, descobriram que os únicos parentes diretos da menina eram os pais, ciganos viajantes que viviam a perambular pelo país sem rumo e sem destino.Angélica fez um pedido ao marido: queria adotar Sofia. Entraram com os papéis. A justiça concedeu favorável a adoção da criança ao casal Tanaka, que além de Vitor agora tinha uma nova integrante.
Sofia cresceu, recebeu a melhor educação que uma criança poderia receber. Vinte e cinco anos se passaram e Sofia se tornou uma linda mulher de olhos verdes, cabelos cor de ouro, sorriso encantador e formas esculturais. Sua beleza era tamanha que na região era convidada a fazer comerciais de tv, por isso resolveu estudar publicidade e propaganda. Com muito trabalho e esforço acabou conquistando uma bolsa de pesquisa para estudar mestrado em São Paulo.
Mudou-se para a mega-metrópole. Alguns meses se passaram Sofia conheceu Roberta e ficaram muito amigas. A amizade foi tanta que dividiram o apartamento e moravam juntas. Roberta levou Sofia na igreja que congregava e a partir dai, todos os domingos, saiam da igreja e passavam na sorveteria ponto de encontro dos jovens do bairro. Num desses encontros, Sofia conheceu Felipe. Descobriram muitas afinidades. Felipe também fazia mestrado na mesma área que Sofia, detestavam berinjela, ovo frito com gema mole, gostavam de ouvir jazz e diferente da esmagadora maioria das pessoas, detestavam sorvete de chocolate, tinham o gosto em comum pelo sabor de tutti-frutti. Foram algumas semanas de flerte até Felipe convidar Sofia para sair.
Foi um almoço de sábado. Muito especial por sinal. Falaram mais sobre seus gostos, suas preferências...contaram histórias da vida...Felipe contou que pensou em ser artista de circo, Sofia disse que fazia propagandas de tv na sua terra natal. Riram bastante, se divertiram um com um outro. Falaram de seus sentimentos. Conversaram sobre suas pretensões. Deram o primeiro beijo. Olharam para o dia, e sentiram que ele estava mais belo. Saíram do restaurante de mãos dadas e foram para o parque da cidade, caminhando mesmo. Foi ao chegar no parque que algo desagradável aconteceu: Sofia pisou em um cocô de cachorro e sujou sua sandália novinha comprada para o encontro. Sentiu-se envergonhada, cuspiu alguns marimbondos de raiva. Felipe sorriu, arranjou um pedaço de papel sujo jogado na rua e prontamente limpou o calçado da namorada. Foi ai, sem se alterar ou inflamar a moça, que ele revelou algo interessante:
- Sofia, se eu estou vivo hoje é porque meu pai pisou em um cocô de cachorro.
Em meio a sorrisos continuou:
- Meu pai ao sair de casa pisou em um desses e por causa disso teve tempo de me socorrer de uma parada respiratória que eu sofri. O médico disse que se demorasse mais alguns minutos eu teria morrido. Então, não me incomodo mais com esse tipo de coisa, porque aprendi que tudo tem um propósito nessa vida.
Nesse instante, passa um carrinho de sorvete e o sorveteiro oferece:
- Moço, estou voltando pra sorveteria só tenho dois últimos sorvetes aqui de sabor tutti-frutti, vai querer?
Sofia agora já sorridente responde:
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"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Romanos 8:28
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Felicidade se faz com música
Olá a todos!
Enfim, resolvi de vez expor minhas escritas. Sempre quis escrever, apresentar um pouco as idéias que estão sempre enclausuradas na minha mente, sem ter como escapar. Espero que gostem de tudo o que eu carinhosamente estou apresentando ai. E, se por um caso, precisares de uma banda pra tocar no seu casamento, na sua festa, no seu evento...estamos ai, fácil falar comigo. Abraços.
Enfim, resolvi de vez expor minhas escritas. Sempre quis escrever, apresentar um pouco as idéias que estão sempre enclausuradas na minha mente, sem ter como escapar. Espero que gostem de tudo o que eu carinhosamente estou apresentando ai. E, se por um caso, precisares de uma banda pra tocar no seu casamento, na sua festa, no seu evento...estamos ai, fácil falar comigo. Abraços.
Abraço a todos.
brunodearamos@gmail.com
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