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sábado, 31 de março de 2012

O caso do acaso no ocaso


Era a tarde. Finalzinho da tarde. O sol estava se pondo caprichosamente no seu ninho de descanso, trocando o turno com a lua. Ali, no meio da rua.

De repente, meio insolente, um menino pra frente se encosta no muro de dona Etelvina, que grita "menino não faz isso! Tira o pé do muro que suja." Ali no meio da rua.

O menino serelepe, logicamente não obedece, faz pose de artista, e sem dar entrevista, continua com o pé sujo no muro, sem cisma nem se preocupa. Ali no meio da rua.

Dona Etelvina incomodada grita de novo, e aos berros sai de casa, desce a escada e sem saber de nada escapa de uma cilada. A vassoura na mão lhe serviu de apoio, ouviu-se um estrondo parecendo um comboio. A sala onde estava ficou toda revirada, da cozinha não se via mais nada. O bujão, aquele que serve pra dar gás ao fogão e cozinhar o feijão, explodiu e quase toda a casa caiu.

Dona Etelvina, salva por um pé de moleque no muro
Se salvou dona Etelvina, que irritada, saiu de casa bem brava, ainda sentiu o coração em disparada, quase saltar pela boca. Ficou assustada e sem a casa pra chamar de sua. Mas deitada, ali no chão toda desajeitada, agradeceu a Deus por ter sido salva. E naquele finalzinho de tarde empoeirado e atormentado Etelvina percebe que aos 63 anos de idade nasceu de novo. Ali no meio da rua.


"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." 
Romanos 8:28


*Tinha algo mais a escreve aqui, mas já está dito.


sexta-feira, 30 de março de 2012

Peixes e Rios



Gosto muito de assistir um programa de tv no Discovery Channel chamado Monstros do Rio. Nele o biólogo Jeremy Wade apresenta um intrigante mundo de pesca científica, onde ele mesmo viaja a lugares remotos, rios longínquos, no meio do nada, ou, em meio a toda a natureza possível, para pescar peixes de espécies pouco conhecidas. Seus roteiros preferidos são rios do Congo e da Amazônia, onde já pescou peixes estranhos e raros como o 'peixe-tigre-golias' e o 'pirarucu'.
Em lugares inóspitos a procura de peixes exóticos, Wade já passou por maus bocados. Segundo um release de sua biografia na página oficial do programa, ele já pegou malária, foi preso por espionagem, quase morreu afogado e já sobreviveu a uma queda de avião. Tudo em nome da ciência e, naturalmente, do que ele gosta de fazer.
Jeremy Wade (e) e um de seus bagres gigantes
Outro programa que acompanho sempre que posso chama-se Pesca Mortal, do mesmo canal de televisão. Nesta temporada o programa mostra a realidade de barcos pesqueiros que vão para os mares gelados do ártico em busca dos 'caranguejos do alaska'. Sinceramente, depois de conhecer este 'reality', minha visão mudou completamente sobre pescadores e pescados. Ir num frágil barco para alto-mar, enfrentar ondas de doze metros de altura, tempestades, congelamento, trabalhar diuturnamente sem descanso é um desafio a altura de poucos de nós.

Por este meu despertar pelas coisas do oceano, até fiquei um tempo fissurado no mundo submarino. Eu e Ailson, meu cunhado, fizemos a um tempo atrás um curso de mergulho, na escola do Professor Gim. Foram quase dois anos "invocado" com mergulho em mar e vi peixes interessantes, estrelas do mar, tartarugas e a exuberante flora marinha em seu habitat natural. Várias vezes fomos no "Jolly Roger" para as águas da Ilha dos Franceses em Itaipava, afastados da costa, experimentar o enorme prazer de submergir e interagir com os seres marinhos. Também tive a oportunidade de apreciar o fundo do mar na região dos lagos no Rio de Janeiro, Arraial do Cabo, Búzios...lugares fantásticos.

Quando falo em peixes, rios e mares, não consigo deixar de imaginar a relação estreita que Jesus tinha com estes atores da natureza. Já parou para pensar nisso? Grande parte da história de Jesus relatada nos evangelhos possui os seguintes integrantes convivendo quase que diariamente com Cristo: pescadores, peixes, mar, rio, água, tempestades, barco, praia, areia, redes, pescarias...e por ai vai.

Obviamente, as coisas naquela época ocorriam na beira dos mares e rios, é verdade. As margens dos rios, principalmente, são os locais em que geograficamente nascem as cidades. Isto é natural. Na época de Jesus a economia local era altamente dependente da pescaria, a geografia do lugar propiciava isto.

Mas o que sei é que de todos os períodos bíblicos, nenhum outro se falou tanto de peixe como nos tempos de Jesus. Não sou nenhum historiador e não tenho nenhum embasamento teológico pra dizer isso, mas baseado na minha formação acadêmica em 'achologismo', acredito mesmo era que Jesus gostava da praia e gostava de peixes. Talvez lá na criação do universo Ele mesmo como parte da Trindade Excelsa deve ter inspirado a criação dos cursos das águas ao Criador.

Jesus foi batizado no Rio Jordão, transformou água em vinho, multiplicou os peixes, pregava em cima de barcos ancorados na praia, recrutou discipulos pescadores, acalmou a tempestade no mar, andou sobre as águas, prosperou pescarias, providenciou tributos em entranhas de peixes e muito mais fez nos arredores do mundo acquático.

Acredito também que por essa sua ligação com o mar Jesus afirma para os seus discípulos: Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens!

Pronto! Dali pra frente isto se tornou o lema de seu ministério. Durante as conversas e ensinamentos aos discípulos Jesus deveria o tempo todo lembrá-los "Pedro, Pedro, você agora é pescador de homens Pedro!", "Tiago, João, eu quero que vejam as vidas humanas, assim como vocês enchergam os peixes. Precisamos pescá-los todos os dias. Puxar nossas redes carregadas!"

Irmãos, todas estas falas são minhas atribuidas a Jesus, mas não estou aqui inventado heresias. Realmente podem não ter acontecido desta forma, mas no contexto geral, Jesus escolheu os homens do mar para estar com Ele, assim como poderia ter escolhido carpinteiros, religiosos ou doutores, mas, se relacionando todo dia com pescadores, creio que Ele se comunicava com eles de modo que pudessem entendê-lo.

Chego a conclusão de que o pescador tem uma qualidade muito interessante que pode ter agradado a Jesus. O pescador sai da terra ao mar em busca de peixes, e não pode, em nenhuma hipótese voltar com o barco vazio. O pescador não se contenta em perder um dia, ou uma viagem de serviço, no meio do mar, à toa. Ele tenta, tenta de novo, aprende os pontos onde se encontram os cardumes, persiste e "cava" até o seu trabalho "dar fruto". Acho que nenhum outro profissional trata com tanta minúcia o seu tempo - principalmente naquela época - do que o pescador. O peixe tem que ser pescado, entregue em terra rápido, porque senão estraga. Perde-se a carga. Há um zelo quanto ao pescar. Um cuidado especial.

Imagino que a presteza quanto ao pescar, levou Jesus a instaurar este lema no seu ministério: "devemos pescar homens. O tempo é curto, é lançada a rede, e tem que se pegar o maior número possível. Não se pode dar viagem ao mar e voltar com rede vazia!"

Esta missão de Jesus estende-se aos seus discípulos de hoje que somos nós. Hoje, tanto pescadores quanto pregadores, tem recursos tecnológicos a sua disposição. Dia desses, num encontro com o secretário de agricultura e abastecimento da cidade, Sr. José Arcanjo Nunes, ele me disse que estão financiando aos pescadores do município um "tanque-rede". Eu, como "pescador de peixes" que não sou, perguntei o que seria, no que ele me respondeu que trata-se de uma espécie de "gaiola-gigante" de malha bem fininha, onde são depositados os alevinos e criados em "cativeiro a céu aberto". O objetivo são três: facilidade de alimentar e monitorar os peixes para seu crescimento, não permitir que "fujam" e se "percam" nos rios e lagos, impedir que pássaros na natureza comam os peixes.

Ficou fácil pra que eu pudesse assimilar que nós somos os discípulos, os pescadores, e a igreja seria os 'tanques redes'. Na casa do Senhor, temos alimentos, temos referências, vivemos entre irmãos e lá é que temos a proteção contra os ataques de nosso inimigo, que nem de perto se compara a pássaros.

Que possamos sempre lembrar que antes de sermos administradores, advogados, atendentes, comerciários, médicos, bombeiros, vendedores, ou qualquer outra profissão do mundo, somos: pescadores de homens. E que exerçamos essa sublime função nos dada pelo próprio Deus.



"E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens." Mateus 4:19 - Jesus de Nazaré: O maior pescador de homens que já existiu!


Eu e Ailson em alto-mar

Fim de "dive"




Símbolo do Cristianismo




Por: Bruno Ramos


quarta-feira, 28 de março de 2012

Troco minha casa por um lar


Se fosse possível, muita gente anunciaria nos classificados um negócio desses.

Hoje pela manhã, assim que abri os olhos, me veio este pensamento: quantos dariam sua própria casa, construída ou comprada com tanto suor, em troca de pagarem aluguel e viverem felizes dentro de um lar?

Se você procurar no dicionário a definição dessas duas palavras vai entender sua sutil diferença: Casa tem a ver primeiramente com edifício, construção, Lar tem a ver com família.

Por sua vez, em uma das definições para "Família" no dicionário está escrito: "Em família, em casa, entre os seus, na intimidade."

Logo, a conclusão que chego é que falta um lar pra muita gente. Talvez, as pessoas estejam tão atarefadas consigo e seus problemas, olhando para o seu próprio umbigo, resolvendo coisas estritamente dos seus interesses que acabam nem percebendo que chegam em casa sozinhas, deitam no sofá sozinhas, jantam solitárias e dormem ao lado das esposas e maridos completamente sós.

Já no outro extremo, tem os que de tão preocupado com seus problemas, chegam em casa e aproveitam tudo o que queriam enxotar nos outros e vomitam sobre os entes familiares dentro de casa, mulher, marido, filhos, pais, avós, empregada, seus desaforos inflamados de ódio e amargura...e por ai vai. 

Aí, de vez em quando, dentro de casa, quando o sentimento egoísta e os pensamentos fugazes vão embora, não se tem nada para pensar, bate aquela angústia aguda, aquela que acomete os depressivos e suicidas: "esta casa é um inferno. não suporto vir pra casa.". Com isso, o psicológico sofre, o corpo padece, e a alma adoece.

É bem verdade um ditado "internetístico" que rola por ai nas redes sociais e blogs: "não escolhemos quem somos mas podemos escolher quem queremos ser". Modifico esta frase para: "não escolhemos a casa que nascemos mas podemos escolher o lar que queremos morar."

A primeira conclusão que chego quanto a isso é que muitas pessoas estão investindo em posses e esquecendo de investir em sentimentos. Consegue perceber a diferença? Estamos cansados de ler ou ouvir contos, testemunhos, campanhas e propagandas sobre pais bem sucedidos, que não tiram tempo para dar atenção aos filhos. "Se você não adotar seu filho, o traficante o adota".  Ou então, não "gastam" tempo para cuidar da familia, conversar, saber o que se passa dentro da casa.

A segunda, passa também por uma troca de valores: homens e mulheres que resolvem dar valor a suas vaidades individuais e esquecem do "fazer feliz o outro". Na verdade, eu tenho certeza que todos, absolutamente todos nós conhecemos o manual de "como fazer um casamento (família) feliz." As pessoas querem dar vasão a sua sexualidade, sua ostentação pessoal, em outras palavras, seus "pecados" ai resolvem minar seu casamento para estarem livres mais uma vez para "voar" e conhecer "novos horizontes". Destroem seus lares, por que querem extravasar seu egoismo, sua satisfação pessoal, seus interesses macabros...tudo aquilo que 'é bom' fazer sem o 'estorvo' da companhia da esposa e filhos. Sem hora pra chegar em casa, sem o compromisso com o relógio, sem satisfação a ser dada. Isso que a Biblia chama de "entregar-se as paixões."

A terceira e última visão que tenho sobre o porque de "casas" não serem "lares" passa pelo fato de pessoas que encaram o casamento e a família como "o princípio do fim". Muitas, várias, inúmeras piadinhas diabólicas, proferidas até por nós cristãos depreciam a vida a dois, a formação de um lar, do tipo: "vai casar? vai se enforcar", "sua vida acaba no casamento". Isso nada mais é do que um enfraquecimento lúcido e planejado, das forças das trevas frente ao lar. O que o inimigo sabe que precisa fazer é desestruturar o lar, porque ele sabe que para se viver no lar tem que se fazer uso de todos os princípios bíblicos que emanam de Deus: amor, respeito, compromisso, submissão, renúncia, companheirismo, perdão, fidelidade, honestidade. Costumo dizer que a mulher é Deus com a gente. Tudo aquilo que devemos prestar em compromisso para com Deus que não vemos, deve-se prestar a mulher que nós vemos. Os sentimentos   e compromissos que devemos voltar a Deus, são os que devemos voltar a nossa companheira, aos nossos filhos (que ainda não tenho). Muitas pessoas casam e acham que o ponto final foi dado ali.

O "sim" no altar não é o "THE END". Next level! Agora vem o principal: formar o lar!

Amado irmão, amigo, leitor...vou dizer o grande segredo para termos sucesso na formação do seu lar. Tem um parente que você vai ter que convidar pra morar na sua casa. Não, não é sua sogra não! Até pode ser ela, isso pode te fazer bem! Mas o parente é Jesus Cristo.

Com Jesus Cristo morando na sua casa, sua família vai se tornar um lar, e um lar abençoado! As lutas sempre virão, os problemas, até mesmo certas discussões, típicas e intrínseca de duas pessoas diferentes que agora compartilham o mesmo teto.

Louvo a Deus porque escrevo estas linhas, buscando a cada dia praticar tudo o que escrevo aqui. Deus me deu uma abençoada esposa e buscamos sempre edificar nosso lar na presença de Jesus. Invista no seu casamento, nos seus filhos. Escolha servir ao Senhor. Sempre. Então, você vai ter um lar pra morar.

Amém.

Minha família

Bruno, Suzana, Hanani, Lorena, Loeci e Fenando (tá faltando gente! Larissa, Fernanda, Ailson e Eduarda)

Por Bruno Ramos

"...porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR." Josué 24:15b










terça-feira, 27 de março de 2012

Entrevista com Leonardo Gonçalves

Neste último domingo, 25/03,  preparei uma entrevista com Leonardo Gonçalves para ir ao ar amanhã pela Rádio Transgospel no meu programa Sintonia Soul.

Confesso que me encantei com o cara. Um cristão simples, de respostas serenas e argumentos completos, tudo desembainhado com zelo, apresentado com sua afinada voz de cantar.

O resultado foi uma entrevista franca, de poucas perguntas e agradáveis respostas, sem olhar para o relógio, sem se preocupar com a tarde de domingo feita para deitar.

Como a entrevista só vai ao ar mesmo amanhã (quarta, 28/03), hoje vai o trecho final da entrevista em que ali, no improviso mesmo, entoamos uma linda canção. Áh! Pra você que não conhece ainda o cara, só dar um confere no youtube que tem muita coisa boa! O cara é fera! Vem ai o novo cd, vale a pena comprar o seu.

Espero que gostem.

Abraço!





Leonardo Gonçalves na Transgospel



sábado, 24 de março de 2012

Construindo Muros



Gostaria muito que cada um de vocês conhecessem um pouco a história da igreja na qual sirvo ao Senhor. Acredito que cada um dos membros da Batista Renovada de Cachoeiro de Itapemirimn se orgulha muito de congregar lá.

Eu tenho meu ponto de vista particular, e daqui de onde vejo, só consigo vislumbrar um bocado de bençãos derramadas sobre nossas vidas nos dezoito anos de idade da igreja e nos dezoito anos que estou vinculado a este ministério.

A igreja começou através do chamado do Pastor Marcos Antônio Mansur lá no já longínquo ano de 1994 e contava com alguns irmãos de linha de frente nesta fase inicial. Uns já não estão conosco, outros permanecem...certamente não me lembro de todos, mas me lembro exatamente das feições de alegria de nomes como Pastor Osias, Vera Mansor, Isaías Evangelista, Ricardo Henrique Silva, Penha, Wagner, Fernando Ramos (meu pai)...eu tinha doze anos de idade, mas entendia tudo e me sentia parte de tudo ...mesmo porque, de fato fazia parte. Me lembro da primeira vez que pendurei um contra-baixo pra tocar durante um culto. Meu amigo Neemias, contra-baixista da igreja, me perguntou durante o período de louvor: "sabe tocar essa aqui?" eu disse: "sei!" ai ele lascou o baixo nos meus peitos e eu mandei ver. Tuuuudo errado pessoal! Que vergonha! Eu achava que sabia muito, mas não sabia nada e minha cara rachou de vergonha. Isso até dá um tema pra outra reflexão. Mas...tudo isto contribuiu para o meu aprendizado e crescimento, e dali pra frente também não parei mais de atuar no louvor da igreja.

Depois de um período funcionando em uma garagem na Rua Samuel Levy, fizemos outras três mudanças até a mudança final para o novo templo. Todas as mudanças aconteceram por motivos de ampliação do espaço físico e capacidade de atender a demanda de crescimento do rebanho. Não sei dos pormenores disso ai, era adolescente ainda, mas do meu ponto de vista, ali, na minha militância juvenil, só sabia ver o amor abundar, a felicidade e a semente da pregação da palavra germinar nos corações de novos convertidos e no acolhimento de demais irmãos de outros ministérios que resolviam congregar conosco.

Obviamente, nem tudo foi mar de rosas, as lutas e batalhas foram e tem sido muitas durante toda esta jornada. Muitos acontecimentos, muitas escolhas, muitas orações, muitas 'fases da igreja', gente chegando deixando sua marca, gente saindo nos marcando também...mas o ministério foi crescendo, crescendo e vejo o quanto pastor Marcos tem sido abençoado por Deus. Num dos textos de Maurício Zágari ele pergunta: "Vai ficar segurando o leme?"...acho que o Pastor Marcos soube responder esta pergunta da maneira correta e entregou o leme nas mãos do nosso Deus. Pela condução do Senhor, chegamos aonde chegamos e avançamos pra novos campos todos os dias. A visão da igreja tem se aperfeiçoado a todo o tempo através do direcionamento dado aos nossos pastores e hoje, só pra te situar quanto ao agora, pra ser da "renovada" tem que ser discípulo.

No início da última década surgiu a necessidade de sairmos do aluguel e adquirirmos a tão sonhada "casa própria". Pastor Marcos, juntamente com irmão Jorge, hoje Pastor Jorge, achou um pasto, todo acidentado, em uma rodovia 'fora de mão' em relação ao acesso, em um bairro não tão valorizado da cidade até então...enfim, quando o Pastor propôs a igreja: "vamos comprar este terreno", foi um alvoroço. Uns fervorosamente apoiaram, outros chamaram os pastores e os líderes de malucos e o grupinho dos neutros ficou lá esperando pra ver o que iria acontecer.

Pra relatar todos os detalhes relevantes dos episódios que se seguiram, este tema merece um livro. Quem sabe me anime algum dia escrevê-lo. O que você precisa saber daqui por diante é que compramos o terreno, a igreja se mudou pra lá ainda em obras, construimos uma grandiosa estrutura, um templo provisório bem amplo, capacidade pra muita gente e grandes eventos, estamos nos preparando para a construção de um novo templo  dentro da mesma estrutura, consolidando um grande complexo com ginásio (onde hoje funciona o templo), prédio de apoio, estacionamento e todos os que não acreditaram na visão de Deus pra esta igreja convivem com a realidade de ter suas previsões derrotistas frustradas.

Hoje, em março de 2012, estamos finalizando mais uma etapa deste longo processo de construção: a edificação dos muros da igreja. Este é o tema de nossa mensagem de hoje: construindo muros.

Os muros na verdade tem duas funções principais:

- Exercer a função de contenção.
- Exercer a função de proteção.

Os muros podem ser construidos com as duas finalidades ou apenas uma delas. Talvez você nunca tenha analisado esta coisa de construir muros por este ângulo, mas talvez, lá atrás, bem lá quase enconstando em Adão, alguém da sua árvore geneológica só sobreviveu pra dar origem a você porque viveu em uma cidade cercada por muros. 

Nos tempos bíblicos houve um homem que se destacou pela construção de muros: Neemias. Não o confunda com meu amigo baixista. Neemias foi o responsável pela reconstrução dos muros de Jerusalém e conduziu o povo a uma fase de reestruturação e renovação do povo quanto ao se relacionar com Deus.

Então veja você que coisa interessante: a renovação espiritual do povo passa pela construção dos muros. Que coisa não? Os muros ou muralhas tinham àquele tempo uma função militar. Qualquer boa cidade que se preze tinha suas fronteiras fortificadas. 

Portanto, os muros protegem. Pelo menos, dificultava e muito a invasão dos exércitos inimigos e ainda servia de apoio para a defesa do exército da cidade. Acho que já vimos inúmeros filmes da idade média, com aquelas guerras épicas acontecendo, arqueiros sobre as muralhas, catapultas, canhões e artilharia pesada de toda a espécie. De todas as armas que se usam em cima de muros a mais cruel na minha opinião são os caldeirões ferventes de água, óleo ou fogo, que os soldados de sobre o muro jogavam em cima dos inimigos. Me dá uma dor só de imaginar aquelas queimaduras!
 
Qualquer cidadão que residia em uma cidade de muros erguidos sentia-se seguro por morar ali. Consigo imaginar os pais falando para os filhos: "meninos, podem brincar, mas não inventem de sair pra fora dos muros". Ou então o casal de enamorados em seus primeiros ensaios românticos: "Não posso ir com você além dos muros".

Hoje, neste mundo moderno e civilizado em que vivemos, com placas de "bem-vindo" e "volte sempre" nas bordas das cidades, não existe mais necessidade de muros. Acredito no entanto que existe uma cidade que precisa estar sempre murada: a vida do homem. A vida de cada um de nós.

Assim como as cidades da Idade Média, nossa vida de cristão está constantemente sob ataque. Creio que dizendo isso você consegue imaginar direitinho sobre o que estou falando. As ofertas malignas, as famosas "bandejas", as tentações, estão constantemente tentando adentrar pelos nossos portões e não só se instalarem, mas dominarem nossas vidas. Esteja certo disto: quando o inimigo entra não se contenta em apenas estragar os nossos muros. Ele quer de fato dominar nossa cidade (nossa vida), matar nossos cidadãos (nossos princípios) e saquear nossas riquezas (nossa salvação).

Quanto mais fortificada nossa cidade, mais segurança temos para viver em paz dentro dela. Pra você ver como a coisa é "sinistra", o adversário não se dá por satisfeito em observar de longe os muros e se contentar em admitir a derrota. Ele é obstinado e envia espias para analisar nossa fortificação a procura de brechas. Onde ele acha abertura é ali que começa os trabalhos de minar o muro para adentrar.

Se estamos falando de muros espirituais, certamente seus materiais de construção são espirituais. Dentro desta analogia os tijolos e pedras são a oração, a leitura da palavra, a consagração, o jejum e a santificação de nossas vidas.

Estou certo que você concorda com esta palavra. Também sei que de alguma maneira você passou a compreender a função de murarmos nossas vidas. Como disse a pouco, o  muro tem a função de proteger mas também de conter. 

Sabe aquele barranco sem tamanho em que ocorrem deslizamentos de terra? Estas encostas sempre precisam de muros de contenção. Se murarmos nossas encostas, vamos reter todos os bons costumes, todas as riquezas, todos os valores que estão dentro de nossa área.


Este muro que você vê na foto acima, é um muro de contenção em fase de conclusão, na encosta de nosso terreno da igreja. Ele oferece proteção mas sei que está retendo toda a terra abençoada que sobre ele está. E as bençãos do Senhor sei que não se afastarão de lá.



quinta-feira, 22 de março de 2012

Somos todos irmãos


Somos todos irmãos, de mãos dadas assim, muito melhor


Se pararmos agora, neste instante, pra pensarmos, vamos chegar a seguinte conclusão: É uma tremenda bobagem essa coisa de religião.
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Parou? Então pare.
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Pensou? Estou aguardando.
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Então continuemos. Não, não é uma bobagem, porque é coisa muito séria. Envolve muita gente, muita maneira de encarar as coisas, muita fé, muitos rumos da história, e...e...como eu vou dizer..muitos interesses. Então não é bobagem. É coisa séria.

A religião foi um modo que o ser humano encontrou para se resguardar e  respaldar sua fé baseado em princípios que concorda a respeito da manifestação sobre aquilo que se crê. Quando falo em religião, incluo também as inúmeras facetas do cristianismo, aquelas que os teólogos chamam de 'rótulos denominacionais'.

Os que seguem a Jesus foram logo se "ajeitando" numa religião chamada Cristianismo. Esta por sua vez, foi se segmentando, para acomodar cada vez mais e mais seguidores, não de acordo com sua cor, nacionalidade ou gênero humano, mas sim de acordo com seu modo de vida e mais importante, modo de interpretar trechos bíblicos.

Eu já não entro a muito tempo em discussões do tipo "esta pedra é Pedro ou Jesus", "O derramamento do Espirito Santo foi só aquele dia", "temos que rasgar as vestes como Jó", "a Bíblia é controversa quanto a cura da sogra de Pedro", "come carne de porco ou não come", "o sábado é para guardar ou não é", "eu sou de Paulo, eu sou de Apolo"... porque sinceramente não levam a nada, não acrescem a fé de ninguém e absolutamente ninguém é salvo por discutirmos isso. O que acredito realmente que muda a sorte de alguém quanto a salvação é a pregação simples, direta e reta sobre a morte de Jesus na cruz do calvário.O resto são vãs discussões.

Ouvi certa vez um pregador falando algo que realmente me ajudou na maneira de pelo menos "buscar" entender esta questão: por que existem tantas igreja, tantas denominações, tantas doutrinas, tantas formas de ritualização quanto ao culto à Deus? No que este pastor, que nem lembro mais o nome respondeu: "é por causa da multiforme graça de Deus."

"Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus". 1 Pedro 4:10

Aí ele completa: "porque assim ninguém poderá alegar perante a Deus que não seguiu a Jesus porque não concordava em deixar o cabelo comprido, ou porque queria passar batom, porque gostava de jogar bola, não queria guardar o sábado..." - e por ai vai.

Teologicamente não quero amados, de modo algum, entrar em mérito de ninguém aqui, porque senão vamos desvirtuar o assunto. Não sei se esta é a resposta mais completa ou a "verdadeira" para lhes apresentar, mas, creio com certeza que nela reside um fundo de verdade: 

Ninguém poderá alegar que não teve chance de seguir ao Deus verdadeiro, porque as opções estão ai. Tem igreja pra todos os gostos: para o empresário, para o pobre, para o que não pode pagar passagem, para o que tem carrão para se locomover, o tabernáculo de oração "pertim" de casa, a "mega sede" regional, o ministério da prosperidade, o ministério da cura, os renovados, os tradicionais...poderia citar mais trinta linhas. 

Se o tema da mensagem for "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3:16 e não houver heresias antibíblicas, que ensinem temas fora da palavra de Deus, provavelmente o que haverá são diferentes modos de interpretar trechos bíblicos entre as igrejas. Alguns dão mais ênfase nisso, outros naquilo, mas se o Espirito Santo de Deus testificar, pronto! Ai está mais um ponto de pregação da palavra! E você, não tem mais desculpa para não aceitar a Jesus e não ir a igreja.

Reconheço o assunto delicado que estou entrando. Sinceramente, quando comecei a escrever este blog e orei ao Senhor sobre isso, decidi que não escolheria aqui temas que abarcassem polêmicas. Já temos muita por ai e muita "bateção de boca" entre "irmãos" nossos. Parando por aqui, eis que já menciono logo o que realmente vim abordar para nós hoje:

"Somos todos irmãos!"

Claro! Se cremos que somos filhos de um mesmo Pai, o amamos e rendemos graça a Ele devemos, juntos, adorá-lo e adorá-lo em Espirito e em Verdade. Queridos, hoje  estou muito mais amadurecido quanto a Deus do que ontem. E sei que amanhã estarei mais do que hoje. E uma coisa tenho chegado a conclusão:

O cumprimento da palavra de Deus é algo muito simples. Nós é que complicamos demais. Jesus veio simplificar as coisas. Ele disse, numa livre locação de suas palavras: “sabe os 10 mandamentos? Então. Eles se resumem em dois: ama ao Senhor teu Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.

Irmãos, não devemos rir, avacalhar, escarnecer por um ministério que não concordamos, ou por uma prática que não achamos adequada em nosso meio, na nossa congregação. Os evangelhos e as cartas de Paulo estão recheados de exemplos sobre isso:

"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo." Colossenses 2:16-17 

"O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.
Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.
Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.
Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.
Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.
Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos.
Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.
Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus.
De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus."

Romanos 14:3-12 

"Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?
Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos."
1 Coríntios 6:7-8

"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado."
1 João 1:7

Tenho sido questionado constantemente sobre o que acho do bispo e do apóstolo sobre os seus problemas. Vou repetir aqui algo que disse no último programa Sintonia na Rádio Transgospel:

“Irmãos, oremos uns pelos outros. Oremos pelos irmãos que estão nestes ministérios, debaixo desse fogo cruzado, para que Deus os proteja, os mostre a verdade, os alcance com tua misericórdia e não permitam sua fé abalar. É complicado falar sobre o que não sabemos. É verdade que aparentemente muitas evidências estão a mostra, mas, quem somos nós para julgar?”

Esse povo que está lá, não é de Paulo, ou de Apolo. É povo de Deus. Da igreja lavada e remida que subirá ao céu.

Até onde eu sei, e a Biblia nos revela, não haverá separação no céu por “rótulos denominacionais”. Lá vai morar um só povo, dos que cumprem a palavra de Deus.

Digo isso, renunciando minha própria opinião sobre o assunto. Sei que Jesus muitas vezes abdicou de ser duro tentando, através de palavras, de parábolas,  levar o seu ouvinte ao convencimento próprio ao invés de dizer o que realmente poderia sobre o pecado de alguém.

Não confunda "amar o irmão" com "conivência com pecado".Quando vemos pelo fruto que a árvore não é boa, melhor nos afastarmos e, mais uma vez, orarmos pelos irmãos que estão "no laço", envolvidos em seitas enganados por "anátemas".


É muito difícil exercer a comunhão quando estamos embebedados à religião. É muito difícil descermos de nossa confortável razão de entendermos as coisas em prol de entendermos o ponto de vista de outrem. Mas essa é a renúncia que nos condicionou Jesus  porque Ele mesmo, traído, crucificado, renegado por muitos daqueles a quem Ele fez o bem, não exitou e declarou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." 

A religião não é uma bobagem. Bobagem é o uso que fazemos dela para nos afastarmos uns dos outros. Que possamos reconhecer a religião assim como escrita na Epístola de Tiago:

"A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo." Tiago 1:27 






quarta-feira, 21 de março de 2012

O mistério do sapato furado

David Jones trabalhava como operário em uma fábrica de papéis higiênicos. Era jovem, destemido, desbravador e esforçado. Por isso havia conseguido seu primeiro emprego nas fábricas Philips Smith a maior do hemisfério norte. Seu proprietário, Sr. Smith era um baixinho arrogante e bruto que não tratava com muita intimidade seus funcionários.

Dono de uma incalculável fortuna e patrão de um sem número de empregados, Sr. Smith comandava seu império com mãos de ferro, sempre gesticulando com sua mão esquerda dando ordens pra lá e pra cá, enquanto descansava entre os dedos da outra mão seu sempre presente cigarro aceso, entre as pausas das tragadas.

Sr. Smith era pessoalmente responsável pelos rumos do seu negócio. Ele mesmo definia as estratégias de venda, de marketing e de investimento da empresa. Vivia a dar palestras dizendo sua visão do negócio: "papel higiênico é o melhor negócio do mundo. todo mundo, todo dia, toda hora usa Philips Smith, o papel que faz bem".

Constantemente aparecia em programas de entrevistas, sendo sabatinado, falando sobre o case de sucesso de sua marca: "Nosso negócio cresce com o crescimento da população mundial. Quando o consumidor escolhe se alimentar ele tem muitas opções: vegetais, cereais, bovinos, suinos, caprinos, fritos, cozidos, assados, comida japonesa, chinesa, americana...agora, quando ele quer se cuidar só tem uma opção: Philips Smith."

David Jones, nosso operário da primeira frase, avistou Sr. Smith pela primeira vez duas semanas após seu início na empresa, assim que ele retornou de viagem. Quando não viajava, Smith tinha o hábito de passar a primeira hora do dia vistoriando pessoalmente a sua linha de produção. 

Como um general que passa em revista a tropa, Smith, com seu jeitinho petulante de balançar as pernas enquanto andava, passava por todos os setores da fábrica inspecionando cada setor fabril, reclamando, orientando, esbravejando. Nunca elogiando. E olha que sua empresa era a que mais crescia com o crescimento da população mundial.

Jones, como você já leu lá atrás, estava em estado de êxtase em seu primeiro trabalho na vida. Ele tinha algo consigo: espirito de liderança e iniciativa. Essas duas características eram suas qualidades ao mesmo tempo que acabaram por lhe arranjar problemas em seu novo trabalho.

Numa das visitas rotineiras à fábrica, Jones percebeu um detalhe intrigante: Sr. Smith andava com um sapato furado. Ele observou enquanto ouvia as broncas de Smith em um dos encarregados próximo a ele. Foi neste dia que ouviu Smith proferir a sentença ao colega de patente maior: "...e você não serve pra este serviço." - olhando fixamente para Jones, Smith completou "este moleque novato aqui vai fazer o seu serviço melhor que você. Está despedido! Garoto, a partir de agora você é o novo encarregado de maciez de papel." - e soltou uma bola de fumaça em seu rosto juvenil.

Naquele momento Jones ficou sem reação. Houve uma mistura de sentimentos Não sabia se estava feliz por ter sido promovido, triste pelo amigo demitido ou intrigado por observar o sapato de um dos homens mais ricos do mundo furado. 

Ao chegar em casa Jones orou pelo colega agora desempregado. Pediu que Deus o abençoasse e o não deixasse desamparado. Mas os dias foram passando e Jones não tirava da cabeça o rombo no sapato do patrão. Todas as vezes que Smith aparecia, era com o mesmo sapato, surrado e furado. Jones ouvia as explicações e reclamações do Sr. Smith enquanto de cabeça baixa ficava observando, fixamente, sem nenhuma piscadela, aquele sapato velho, sem graxa, todo espatifado e furado, até que uma fumaça de cigarro inundasse suas narinas.

Um belo dia, já cansado de ficar encafifado com a questão, Jones, na inspeção matinal de Sr. Smith, resolve então, de uma vez por todas, interrogar o severo patrão sobre o assunto. Quando Smith terminou de dar o seu sermão, Jones pediu a palavra:

- Sr. Smith, queria lhe fazer uma pergunta. - Diz Jones observando o arrombado sapato do chefão.

Smith esbugalhou os olhos, engoliu a fumaça e por um segundo pensou em ser grosso, seu caminho natural. Mas dessa vez foi tomado pela curiosa iniciativa do jovem:

- Diga garoto. O que você quer saber?

- Por que o senhor rico como é só vem trabalhar com este sapato furado? - Perguntou Jones, de uma só vez, sem dar tempo para voltar atrás.

Sr. Smith que já estava com os olhos esbugalhados quase os soltou para fora da órbita, petrificado de incredulidade com a pergunta do subalterno. Olhou para o sapato, olhou para Jones, outra vez para o sapato, olhou para o cigarro e resolveu responder:

- Garoto, você sabe quanto custa um par de sapatos desses? Sabe? Einh? Me responda... esses sapatos custam US$ 1.000,00 o par. São de couro de jacaré. O dinheiro que eu gastaria pra comprar um par de sapatos eu compro 455 maços de cigarro. Eu fumo durante 3 meses seu curiosozinho de uma figa. Enquanto este calçado estiver com sola eu não gasto dinheiro pra comprar outro. E você como gasta seu tempo se preocupando com assuntos que não lhe dizem respeito está dispensado e não trabalha mais aqui. - Smith se virou pra um novato e completou:

- E você novato, agora é o novo encarregado de maciez de papel!

David Jones saiu cabisbaixo e arrependido de experimentar sua ousadia com um patrão tão cruel. Agora estava desempregado e frustrado pela demissão que foi acometido, tudo por causa de uma curiosidade sobre um sapato furado de mil dólares.

Três semanas depois assistindo um telejornal Jones se depara com a seguinte notícia:

- Acaba de acontecer agora pela manhã na fábrica de papel higiênico Philips Smith o maior incêndio da história dos Estados Unidos. O incêndio queimou toda a fábrica. Os bombeiros só conseguiram agora controlar o fogo que se alastrou por todo o complexo da indústria. Uma vítima que conseguiu escapar, revelou as autoridades e a imprensa que o incêndio começou no setor de maciez do papel, por causa de uma ponta de cigarro acesa do próprio Sr Philips Smith que caiu sobre o estoque de produtos. Infelizmente o mega empresário Sr Smith e seu encarregado de maciez do papel não conseguiram fugir e morreram carbonizados neste que está sendo chamado de o maior incêndio de todos os tempos.





Desde texto, apresento duas lições pra nossa reflexão:

1 -A avareza é a externa manifestação de um coração repleto de amor pela riqueza. 
Jesus disse-lhes: "Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui." Lucas 12:15 

Sr. Smith representa muitos que amam com todas as suas forças suas posses e propriedades. No final, não se tem nada, não se leva nada.

2 - Os desígnios  de Deus não são os nossos. 

O jovem rapaz teve sua vida polpada por um livramento da parte de Deus pra ele. Muitas vezes questionamos alguns rumos de nossa vida, não entendemos porque esta porta se abre, aquela se fecha e tudo o mais. Quem é servo verdadeiro do Senhor Jesus pode ter certeza que em tudo Deus tem os seus propósitos.

"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR." Isaías 55:8 

Fiquem com Deus,

Abraço.


Por Bruno Ramos



Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens

Não. Não estamos no natal.Todavia nunca é tarde ou fora de hora para apregoarmos este célebre júbilo entoado pela multidão dos exércitos celestiais bradando: "Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens".

Só hoje, lendo atentamente este texto em Lucas 2:13-14, percebo definitivamente quão grande foi este evento no céu: a vinda de Jesus. Imagino sobre a movimentação, os preparativos...os seres celestiais, todos eles, recebendo suas funções, posicionando-se em seus lugares:

Um anjo vem pra falar com Zacarias, falar com Maria, aparecer em sonho pra José, anuciar para os pastores, e, como se não bastasse, como que ansiosos e inquietos, revelam-se aos homens uma multidão de anjos para jubilarem a respeito do grande acontecimento. Sem contar todos os demais que no passado já estavam envolvidos no processo. 

Penso que tenha sido o maior evento que já houve no céu até então. Imagino que Deus em sua infinita bondade e misericórdia deve ter reunido todos eles e dito: "Anjos. Eis que é chegada a hora. O plano vai entrar em ação. Vou enviar meu filho para resgatar definitivamente os homens que criei a minha imagem e semelhança e trazê-los para morar no céu conosco. Tomem os seus postos, cumpram cada um o que lhes foi delegado porque vamos enviar Jesus ao mundo."

Acredito que os anjos estavam eufóricos. A palavra até diz lá em 1 Pedro que eles queriam mesmo era vir pregar o evangelho por aqui. Percebo hoje, que o amor de Deus, o líder máximo deles e de todos nós, os inflamou. Estavam tomados do amor que emanava de Deus Pai. Descobri hoje isso. Pelas palavras dos anjos durante a anunciação da vinda de Jesus só consigo imaginar uma feição de sorriso incontido, um bocão aberto de felicidade e de esperança  como quem pensa: Deus vai salvá-los. Aguardávamos isso!

Conjecturas a parte vejo quão sério fora a vinda de Jesus. E de todo o percalço, valeu a pena sua vinda. Pelo menos pra mim que fui alcançado por ela. Lá em Lucas 15:10 o próprio Jesus diz que "há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende". O que nos leva a crer por livre interpretação: "Há uma festa no céu quando aceitamos Jesus".

Amados irmãos, tiramos a sorte grande. Nascemos na era "pós Jesus", as demonstrações de amor pelas nossas vidas já foram todas reveladas a nós. Basta-nos crer e seguir estes sinais. Temos o amor de Deus sobre nossas vidas, a salvação e advocacia do Senhor Jesus, a consolação e comunhão do Espirito Santo, e ainda, como se não bastasse, às ordens de Deus, temos os anjos que acampam ao redor dos que o temem, e nos livra.

Jesus não veio aqui a passeio. Tampouco veio pra polêmicas, discussões, bate-bocas, destruição de vidas ou para simplesmente registrar seu nome nos anais das histórias bíblicas. Sua vinda foi com um objetivo primoroso, resgatar a minha vida e a sua.

Tudo, absolutamente tudo o que Ele passou no mundo, estava revelado pelos profetas antes Dele. E tudo o que temos passado hoje, já está revelado a nós pelo próprio Jesus e seus discípulos registrado na Palava de Deus. O que vemos ai sobre escândalos, sinais dos tempos, apostasia da fé, já nos fora revelado. "Ao que vencer" será dado o privilégio de morada nas regiões celestiais.

Muita gente, muitos anjos, um acontecimento maior do que tudo em todas as esferas da existência foi planejado para que nós um dia voltássemos a estreitar nossa comunhão com Deus. Ele é quem quer isso. Pecamos, nos afastamos de Deus, mas Ele que nos procurou para acertarmos as coisas, e preparou um grande evento pra isso. Sou tomado de um grande amor agora, enquanto escrevo, porque sinto de verdade que sou amado por Deus.

Alguém me pediu opinião sobre os atuais problemas envolvendo certas igrejas. Me recuso a designar um tópico para filosofar sobre certezas e incertezas. Ao invés de discutirmos problemas de igrejas e pastores A, B, C, oremos por nossos irmãos e proclamemos sempre, isto sim é a chave do negócio: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.





segunda-feira, 19 de março de 2012

A fofoca e eu



Meu amigo Marquinhos Cesário postou uma frase agora a tarde no facebook que me chamou a atenção:

"Só existe a fofoca porque tem quem ouça"

Não sei exatamente de quem é a frase, acho que do Pastor João Luiz Sá Melo atual pastor da primeira igreja batista de cachoeiro de itapemirim-es.

O post do meu amigo fez sucesso, com muitos comentários e exposição de opiniões. Eu disse pra ele - e ele concordou comigo - algo que eu nunca tinha analisado, não por este prisma:

Na verdade, o fofoqueiro desenvolveu uma técnica de encantamento, algo psíquico extremamente desenvolvido, capaz de seduzir o ouvinte, envolvê-lo na trama e empolgá-lo a ponto de torná-lo cúmplice de seu ardiloso assunto. tipo assim:

- Cara, tem um sujeito ai que fez isso, isso e aquilo. Negócio é tão sério que não vou te falar quem. - Diz o fofoqueiro falante.
- Ué cara, é mesmo? Então me conta quem é o cara. - Diz o fofoqueiro ouvinte.
- Não, não vou falar não, é muito sério. Você conhece. - Diz o bendito falante.
- Que que é isso cara, fica entre nós, fala ai! Ajoelhou tem que rezar. - Suplica o ouvinte completamente laçado, seduzido.

O final da história você já sabe: O fofoqueiro fala, pede segredo o ouvinte jura sigilo, mas não tem jeito. É encontrar o primeiro amigo e a informação já é repassada, geralmente modificada. Nós sabemos (acredito que você também) as implicações espirituais deste processo e o resultado disso: o pecado.

O cara começa gripado, e termina tuberculoso. O sujeito que parcelou a fatura do cartão de crédito vira o maior devedor da face da terra. É só ter o caso passado na boca do fofoqueiro.

O que diferencia a fofoca de um assunto normal é:

Seu conteúdo. Sempre com os seguintes temas:
- Problemas da vida de alguém;
- Envolvimento de alguém em alguma coisa ruim;
- Algo que possa denegrir a imagem de alguém;

A forma que é repassada. 
- Sempre na 'surdina', na 'moita', escondido;
- Sempre ou quase sempre é solicitado sigilo;
- Nunca para grupo de pessoas, sempre com o mínimo de pessoas possíveis.

A forma que é recebida.
- Sempre de forma impactante, surpreendente, que cause espanto ou incredulidade
- Com a finalidade de mudar o conceito que o ouvinte tem da pessoa vítima da fofoca

Na verdade amigos, é muito fácil identificar a fofoca. A gente sabe quando é fofoca e geralmente já conhece   o tipinho do portador da fofoca.

Quando o cara te saca do meio do povo, com a mãozinha no seu ombro, faz cara de preocupado com o dedo no queixo e começa dramaticamente com frases do tipo: "cara, tenho que te contar uma parada..." já sabe que os sinais já foram revelados: vem fofoca por ai.

Se você se presta a ouvir a história, e mais, concordar com as conversar em detrimento de alguém, saiba que você acabou de ser infectado pelo vírus da fofoca.

Lógico, que nós não estamos imunes a esse tipo de coisa. Acontece. Não tem como ser sempre deselegante, curto e grosso toda vez que o fofoqueiro se aproxima. O melhor a fazer é, depois de ouvir, procure demonstrar para o fofoqueiro seu desvínculo com o papo. Dê uma palavra sábia a luz da Bíblia. Se for um "evangélico" chame-o para orar pela pessoa. Se for possível e houver intimidade pra isso, convide-o para visitar a vítima. Esse é o papel que devemos fazer para aniquilar esse mal tão grave em nossa sociedade e nossa igreja.

Se fizer isso, volta aqui no blog e me conte se deu certo. Porque assim, nós dois juntos vamos contar pra todo mundo.

"A boca do tolo é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a sua alma. As palavras do mexeriqueiro são como doces bocados; elas descem ao íntimo do ventre" Provérbios 18:7-8


Abraço, fiquem com Deus!

Por Bruno Ramos

domingo, 18 de março de 2012

Betinho, o mestre



"Mestre, que acorde executais?"

Alguém lá na igreja um belo dia chamou Betinho de mestre. Nós todos, que vivíamos órfãos de um pronome de tratamento que com fidelidade abarcasse tudo o que Betinho era capaz de representar, rapidamente assimilamos a informação e adotamos o bem aplicado título de "mestre" para fazermos referência ao nosso amigo e irmão.

Betinho pra você que não o conhece, é um músico de profunda virtuosidade. Sei que já usei esta palavra em outros textos, mas ela representa todo o valor e esforço desse cara tão comprometido com a música. O violão e ele se dão muito bem. Parece que nasceram e cresceram juntos e "um para o outro" desde a mais tenra idade.

Quando nosso protagonista percebeu que o troço era sério e todos já sabiam que ele era o mestre, não gostou muito, esquivando-se e utilizando de modéstia para repelir o afago:

- Pessoal. Pára com isso pessoal. O único mestre que nós temos é Jesus.

Foi ai que eu entrei tranquilizando nosso amigo:

- Betinho: Relaxa, fique tranquilo. Você é o mestre, mas Jesus é o Mestre dos mestres.

Com esse meu argumento de defesa, até que Betinho foi se "acomodando" ao seu novo bordão. Logo, toda  vez que falamos "Mestre", ele responde "Mestre é Jesus" ai retrucamos "Não, Jesus é o Mestre dos mestres" então ele abre um sorriso faceiro fechando o papo, rendendo-se a nossa persistência infantil.

 Vocês perceberam logicamente o tom da brincadeira que acometemos nosso irmão, que tão amavelmente entrou na onda com a gente. O cara é um sujeito "na dele", tímido e acanhado mas quando pega o violão pra tocar é realmente  o mestre.

Assim como Betinho, Jesus era um mestre sem diploma. Não tinha formação acadêmica, mas dominava o assunto que manejava com louvor mestral.  Jesus sabia quem ele era, qual sua missão, qual o seu poder e sua origem divina. Mesmo tendo motivos e razões para se impor como Mestre nunca se impôs aos homens como tal. Ele fez de seu mestreio uma prestação de serviço para com aqueles que Ele apregoava as palavras da salvação.


Durante toda a existência humana como nos dias de hoje, existem pessoas que se preocupam em  demonstrar para a sociedade seus títulos, insignes, cargos, posição social e fazem disto um pretexto para se mostrarem importantes. Morro de rir as vezes, sozinho, não por deboche, mas por achar engraçado (ué tenho o direito de achar engraçado ora poxa) quando acontece alguma situação parecida com esta que me ocorreu recentemente: ao chegar no escritório digo para a recepcionista: "Vim falar com o Sr. Fulano." A moça me responde "Vou avisar o doutor Fulano que você está aqui." - Só o que eu sei é que o senhor Fulano em questão não é médico e nunca fez doutorado. É um empresário...e nem dos tão, tão importantes assim.

Como selecionador de funcionários em algumas empresas em que trabalhei já peguei muitos currículos que se for pagar o cara por tudo o que tem ali descrito em suas funções, vinte mil por mês não dá. Detalhe: e o sujeito ainda está desempregado!

Se na vida social a coisa é esquisita, no nosso meio 'eclesiástico' a coisa se complica. Pessoas que querem usar suas funções e ministério como pretexto para se impor socialmente sobre as pessoas.

Parênteses para esclarecer uma coisa: liderança é algo de Deus e a submissão a elas também. A quem muito é dado muito é cobrado. Lideranças, todas elas, são constituídas por Deus, as boas e as más. Leia Romanos 13:1-7, Tito 3:1, 1 Pedro 2:13. Outra hora falarei especificamente sobre este assunto. Por ora saiba que não estou aqui fazendo apologias a insubmissão e rebeldia. Cada um examine as escrituras e o Espirito Santo que habita em vós revele sobre a liderança que está sobre você.

O que me refiro quanto a vaidade e 'abuso de autoridade' dentro das igrejas nada mais é do que aquilo que Jesus mesmo condenou em várias passagens bíblicas: sobre a exposição gratuita das orações em público para aparecer feitas pelos fariseus, a visitação frequente a casas de viúvas para 'filar a bóia', o uso da lei para impetrar condenações ao invés de oferecimento de perdão e muitas outras práticas abomináveis por parte de quem se acha importante demais para a sociedade. Não vou tratar agora destes casos específicos. Leia Mateus 6:5, Lucas 16:14, Marcos 12:38-40.

Enfim, se almejamos algum título, que sejamos mensageiros de Jesus, discípulos de Cristo, homens honrosos, obreiros aprovados sem ocasião para nos envergonhar. Se almejamos reconhecimento, que sejamos conhecidos por sermos puros, retos, menores, prestativos, humildes, bondosos e solícitos. Por que dessa terra, não levamos nada. Do pó viemos, ao pó retornaremos.

"Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado." Lucas 14:11


E pra você que ainda tem dúvida sobre se o Betinho é realmente um mestre violonista em breve posto um vídeo dele tocando aqui pra gente, neste mesmo post!


Fiquem na paz.


Por Bruno Ramos



Felicidade se faz com música

Olá a todos!

Enfim, resolvi de vez expor minhas escritas. Sempre quis escrever, apresentar um pouco as idéias que estão sempre enclausuradas na minha mente, sem ter como escapar. Espero que gostem de tudo o que eu carinhosamente estou apresentando ai. E, se por um caso, precisares de uma banda pra tocar no seu casamento, na sua festa, no seu evento...estamos ai, fácil falar comigo. Abraços.

Abraço a todos.

brunodearamos@gmail.com
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(28) 9922 5062