Aos dezoito anos de idade eu já trabalhava a cerca de dois anos com a carteira de trabalho assinada e no total já a seis anos. Não, não estou de onda. Trabalhava mesmo! Desde os doze anos num escritório que meus pais abriram de despachante de veículos. Eu abria muitas vezes (aquelas portas de aço pesadas), fechava quase sempre, e durante o dia fazia serviços de bancos, taxas de detran, protocolos etc e tal.
Voltando aos meus dezoito, eu já trabalhava em uma empresa de granito a quase dois anos, era técnico em edificações. Tinha acabado de me formar. Nesta época, eu deveria me apresentar para o serviço militar no Tiro de Guerra da minha cidade. Contudo, tinha um inconveniente: servir o exército significaria interferir no meu desempenho na empresa e pôr em cheque todo o progresso que eu havia alcançado, muito embora, pra quem não sabe, é obrigatório por lei o serviço militar para localidades que possuem unidades militares, e, é imposto ao empregador a dispensa profissional para o serviço.
Como eu não queria servir, acionei o meu pai. Papai é policial militar do estado do Espirito Santo, mas já havia servido no estado do Rio de Janeiro no exército e tinha algum conhecimento capaz de solicitar minha dispensa. Pra encurtar a conversa, consegui sim a duras penas a dispensa, não através do jeitinho brasileiro não. Foi por excesso de contingente. O tiro de guerra tinha uma 'lotação' máxima e eu fui incluso fora dessa. Graças a Deus! Muito embora não escapei de um juramento de bandeira padrão, como todo bom civil brasileiro.
Para todos os efeitos, hoje sou um soldado brasileiro em 'stand by', assim como muitos de vocês. O tal certificado de reservista está sempre lá, a me acompanhar em decisões importantes da minha vida. Pra se inscrever nisso, naquilo ou naquilo outro, tenho sempre que ter em mãos o certificado de reservista para comprovar minha quitação para com os deveres militares do país. E se por um acaso o país entrar em guerra naquilo que poderá ser a terceira guerra mundial, tenho que estar disponível para encarar as fileiras da batalha ao ser convocado.
Quando aceitamos Jesus algo muito parecido acontece. Ao descermos as águas batismais e confessarmos que só Jesus é o Senhor de nossas vidas, fazemos uma inscrição automática no exercito celestial. Assumimos o compromisso de lutarmos pela causa de Cristo, como seus discípulos defendemos agora o avanço do Reino dos Céus. A diferença é que não há baixa a ser decretada. Não tem como ser um 'soldado-civil' ou um 'crente-mundano'. Não existe meio termo, ou se está dentro, ou se está fora. Ou guerreia ou não guerreia. Muitos simpatizantes do evangelho estão infestando nossas igrejas para engodo e deleites pessoais. Mas estão fora, completamente fora do compromisso de levar a boa nova da salvação. Então, desarmados, destreinados e vulneráveis, são alvejados a tiros de loga e curta distância, pelo inimigo, que não está de brincadeira do outro lado, atacando vorazmente e fazendo vítimas. O grande problema de não querer guerrear quando se está com Jesus, é que o adversário não está nem ai pra isso e continua seu combate, arrastando o maior número possível de almas para sofrer a eternidade com ele.
Que possamos entender verdadeiramente, sem polêmicas, sem sensacionalismos que temos esse compromisso quase 'militar' junto ao Senhor nosso Deus. Em um outro texto eu disse sobre nossas missões aqui na Terra. Guerrear a guerra do Senhor é uma delas. E que possamos no final fazermos nossas as palavras de Paulo:
'Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.'
2 Timóteo 4:7
2 Timóteo 4:7
Fiquem com Deus
Bruno Ramos