Quem teve a oportunidade de cursar uma faculdade, especialmente na área das ciências sociais, pôde aprender um pouco sobre questões de economia moderna, que envolvem tudo o que se pode saber e enxergar do capitalismo que hoje vive e impera em nosso meio. Adam Smith por exemplo, escreveu no século XVIII no seu clássico "A Riqueza das Nações" sobre a 'mão invisível' que segundo ele é uma mão imaginária que regula as leis da economia de mercado e 'move' automaticamente os fatores econômico sem que haja alguém manipulando, de uma forma natural e obedecendo a tendências naturais dos negócios ocasionando assim um alinhamento entre oferta e procura para fixar os preços das mercadorias. Karl Marx, um outro grande pensador (muito maluco por sinal), transcorreu sua tese sobre 'O Capital' e chamou de mais-valia a diferença entre o valor do trabalho humano e o valor de venda do produto, ou seja, o lucro do patrão. Claro que estas conclusivas que estou citando é a síntese máxima das teorias sobre a economia capitalista que estes homens escreveram. Com esta introdução quero dizer que durante a história muitos pensadores discursaram e teorizaram sobre dinheiro.
Jesus enquanto
esteve por aqui falou algumas vezes sobre questões econômicas e financeiras.
Nunca, como principal tema de mensagem, mas sempre como pano de fundo de sua
pregação, quando o assunto girava em torno das questões materiais.
Quando Jesus tratava
de dinheiro duas coisas marcavam sua fala:
1 - A
tremendamente difícil compatibilidade em acumular riquezas aqui na Terra e se
dedicar dignamente a seguir os passos da salvação;
2 - A condição
efêmera do materialismo.
Não sou professor
de EBD mas vou tentar ser didático em minha narrativa:
Sobre o primeiro
tópico a fala mais clássica e abrangente sobre esse assunto encontra-se em
Mateus 19:23-24: " Disse então Jesus aos seus
discípulos: - Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos
céus. E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo
de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus."
Leia o texto
na Bíblia caso não conheça o contexto.
Jesus nunca, em
hipótese alguma, incentivou a busca pelo enriquecimento. Nunca fez discursos
para encorajamento dos ricos e poderosos. Seu evangelho a todo o tempo pregou
a simplicidade e o desapego ao dinheiro. Por um motivo muito simples: A
vaidade, o orgulho, a auto-suficiência, a soberba, a futilidade, a glutonaria,
a luxúria são uma espécie de parasitas que acompanham quase sempre a posse de
riquezas. Faz parte do pacote. É como pendurar um pote de sorvete no pescoço de
um obeso que começou a dieta hoje. Eu quase que posso adivinhar de que Jesus
não estava preocupado com a venda dos bens daquele jovem, mas o que Jesus
propôs, sondando o seu coração, era a afronta final: o que vem primeiro, sua
vida espiritual ou sua vida material?
Existem muitos
irmãos nossos que são homens poderosos donos de impérios. Empresários bem
sucedidos de padrão de vida elevado e que professam a fé em Cristo. Quero crer
que assim como Salomão, Davi e muitos outros ícones ricos da Bíblia esses
cristãos de hoje em dia utilizam suas fortunas em prol do Reino de Deus. É
possível ser rico e servir a Deus porque muitas vezes a riqueza provém mesmo de
uma dádiva de Deus, uma bênção de geração em geração, um propósito... a riqueza
sempre existiu e sempre existirá assim como a pobreza. Quantos não são
provenientes de famílias tradicionais donas de muitas posses? Isso é uma
questão que não tem o que se discutir. Jesus não disse que seria impossível a
salvação do rico. Comparando, disse que seria muito difícil porque sabia dos
agravantes.
Em outro momento Jesus fala sobre aquilo
que considero decisivo em minha tese de desapego financeiro:
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a
traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai
tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões
não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração... Não andeis, pois,
inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
(Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial
bem sabe que necessitais de todas estas coisas;” Mateus 6:19-34
O que Deus quer de nós é que entendamos
que somos dependentes Dele. Essa é a chave. Gastar seu tempo o tempo todo
afoito preocupado com dinheiro nos rouba tempo de relacionamento com Deus. O empresário,
o doutor, passa horas a fio envolvido com coisas estritamente do seu interesse
para manter o seu padrão de vida e capacidade de ostentação.
É aqui que mora o problema: quando ficamos
o tempo inteiro preocupados com grana, até o nosso assunto com Deus fica
dominado por ela. Das poucas orações que você faz, 100% delas tratam dos
seguintes assuntos:
- “Senhor me dá a minha vitória”
- “Pai cumpre tua promessa em minha vida.
Me dá sua benção.”
- “Restitui o que o diabo me tomou”
- “O Senhor nos colocou por cabeça, não
por cauda.”
- “Preciso da minha benção não vou
desistir, sem ela não saio daqui”
- “Eu sou mais que vencedor, por isso
quero esse dinheiro. Eu tenho direito.”
- “Eu sou filho do Rei. Sou príncipe. Não
sou dono do mundo mas sou filho do dono.”
Os exemplos são muitos, vou parar por
aqui. Não confunda a busca por vitória com inveja pelo o que o outro tem, ou
insatisfação constante sobre aquilo que Deus tem te dado. Você tem carro, casa,
conforto, tem contas pra pagar mas emprego que lhe permite arcar com os
compromissos, mas está sempre pedindo mais, mais, mais e está sempre reclamando
com Deus porque não tem isso ou aquilo outro.
Se Deus der, amém. Se Deus não der, amém.
Portanto irmão, examinai as escrituras e seja orientado pelo Espírito Santo de
Deus. Esses homens gananciosos que estão usando o nome de Jesus para usurpar
gente humilde vão cair. Vão prestar contas. E as contas serão altas.
E você que fica fazendo barganha com Deus ‘comprando’
sua benção, não se faça de rogado, esta palavra é pra você também.
E pra responder a pergunta do cabeçalho: O
dízimo é um ato que demonstra pra Deus o quanto você é dependente Dele. Quando
você deposita o dizimo do Senhor é como se dissesse: “Senhor esse dinheiro não
é nada pra mim se o Senhor não é comigo.” e “Senhor, sua obra pode contar
comigo porque eu invisto nela”.
Que o Senhor complete
o sentido desta palavra no seu coração.
Por: Bruno Ramos
Prezado, boa noite!
ResponderExcluirAchei sua reflexão interessante.
Se não for ofensa à você, gostaria até de contribuir com ela:
Jesus não recebeu dízimo na terra. Ele ensinava no Templo mas não recebia dízimos. Até mesmo mencionou a questão do dízimo em Mt. 23:23, mas não recebeu. Uma observação importante é que quando Jesus menciona o dízimo em Mt. 23:23 a Velha Aliança estava em vigor e não a Nova firmada no sangue D'Ele.
Quanto a questão de princípios, Abraão deu dízimos dos despojos de uma guerra quando ele foi resgatar o a Ló (Confira Gn. cap 13 e 14 e Hb. 7:1-4 - o v. 4 explicita o despojo, pois não faz sentido Abraão ter ido a uma guerra levando os bens e riquezas dele).
Abraão não era dizimista! Ele dizimou uma única vez. Daí em diante Melquisedeque (o único sacerdote do Pai na época) não aparece mais na Bíblia e nem se relata que Abraão deu dízimos a outras pessoas.
Após todo o desenrolar da história do povo de Israel tem-se o dízimo incluído na Lei, então passou a ser obrigatório para Israel.
O dízimo não é ensinado como parte da Nova Aliança, isto pode ser notado lendo os demais livros do NT. Vale lembrar que os quatro Evangelhos do NT contam as histórias em que a Antiga Aliança ainda estava em vigor e Jesus veio cumprir a Lei, mas na Nova Aliança não há dízimo.
Um ponto importante a ser observado é que a Igreja são as pessoas, ou seja, as pessoas são a Casa do Senhor. Se o dízimo é para sustento da Casa do Senhor, as pessoas necessitadas é quem deveriam receber os dízimos. Outro ponto a ser observado é que em nenhum momento Jesus mandou construir templos, nem ensinou a denominar nomes institucionais à Igreja que Ele comprou com o próprio Sangue. Ele mandou amarmos uns aos outros; seguindo a sua linha de raciocínio concordo plenamente que muitas pessoas só vivem em função de pedir, pedir, pedir e etc. Amar de verdade... longe disto... tem um pequeno porém a ser acrescido, muito comum no meio dos líderes religiosos: dizem: o dízimo é graça, mas se você não der, hum, Deus vai mandar o capeta te pegar, acabar com a saúde dos seus filhos, matar seus parentes e amigos, você vai passar fome...
As pessoas acabam contribuindo errando duas vezes: errado por tentar aplicar o dízimo à Graça e depois por medo das consequências de ameaças.
O Amor de verdade está sendo esquecido. Veja que contraditório: Jesus mandou amarmos o próximo como a nós mesmos. Hoje, dizem em nome de Jesus, que a pessoa tem que contribuir primeiro com a Igrana para depois ajudar um parente ou amigo necessitado, indo totalmente contra aquilo que Jesus ensinou. E dizem que se você ajudar alguém e não contribuir com a Igrana você está roubando a deu$, ou seja a aplicação da Lei prescrita em Malaquias, negando mais uma vez a Graça.
Estamos vivendo tempos difíceis, a fé está sucumbindo... as pessoas estão amando mais o dinheiro do que ao Pai que está no Céu, Pai que as pessoas estão substituindo por deu$. Mas é isso ai, gostaria até de escrever algo mais, porém pararei por aqui. Espero ter contribuído!
At.
Giuliano Robledo
Olá Giuliano. Obrigado pela contribuição. Recomendo aos leitores a conferida no seu complemento. Só enfatizo que procurei relatar o "de dentro pra fora" e não o "de fora pra dentro". O desejo e anseio por riquezas nasce primeiro no coração do homem. Os fatores externos...bem, se formos dar nomes aos bois aqui, citar nomes de igrejas, líderes e arrolar práticas errôneas em se lidar com dinheiro por parte das igrejas, é bem provável que muitos ao lerem comecem a transferir suas responsabilidades para outrem. Neste texto procurei trazer à reflexão o contexto pessoal de cada um de nós ao encararmos o mundo da riqueza. Mas uma vez obrigado e se gostou do blog seja nosso seguidor. abraço em Cristo.
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