Em algum momento da caminhada você parou de caminhar. Se decepcionou com alguém, com alguma coisa. Perdeu a força, o interesse, o entusiasmo. Outras prioridades passaram a tomar conta da sua agenda. Você foi olhando pra tudo posto em sua frente e se permitindo a achar tudo estranho. Tudo enfadonho, sem sentido, equivocado.
Sua motivação em buscar a Deus se esvaiu. Coisas mais importantes passaram a cultivar seus pensamentos: os estudos na faculdade, o trabalho sempre exigente e requerendo sua atenção, a família e seus inúmeros encontros aos fins de semana, os amigos e seus passeios intermináveis e sempre divertidos...em alguns casos, não fazia mais sentido "não beber mais", "não fumar mais" até mesmo "não se drogar mais"...sexos aqui, ali, acolá transformaram-se em rotina. Prazeres que a vida oferece, outrora imundos, repudiantes e ultrajantes, hoje então fazem parte da rotina.
Compromissos, zelo, fé, santificação, obediência, serviço, se transformaram em palavras vazias, pertencentes a um passado que já não fazem mais parte da vida. E então você começa a buscar razões, certezas e convicções que expliquem porque tudo lá atrás, outrora tão bom, hoje já não pertencem mais a sua nova vida.E você enche o peito: explica a culpa que tem o pastor por você estar assim, o dinheiro, os falsos amigos da religião, as decepções por sempre se doar e não receber nada em troca, o sacrilégio que é se curvar a um modo de vida que te restringe em fazer tanta coisa...com o peito ainda estufado, cheio de reservas e motivações você, com toda a razão do mundo você se sente melhor assim, vivendo uma vida que durante uma boa parte da vida disse que não viveria mais.
Até que um dia, passando pela rua, seguindo para mais um compromisso regado a cervejas e amizades estranhas, você ouve saindo do fundo de uma pequena igrejinha uma canção. Aquele louvor a tanto tempo afastado de seus lábios. Imediatamente você balbucia aquela música esquecida, aquele som tão abandonado de seus lábios. E por um instante você percebe a falta que lhe faz, um domingo na igreja, um abraço fraterno de um irmão querido, uma mensagem abençoada contado por alguém que ama a Cristo de verdade. Você começa a perceber que as frustrações sentidas por algumas pessoas acabaram lhe afastando de Deus. Que o Pai continua, permanece, segue com os braços abertos te esperando, querendo lhe receber, querendo se relacionar contigo...as razões, as frustrações que você sentia na verdade eram baseadas em suas próprias fragilidades: sua deficiência em lidar com frustrações, seu interessem em não querer mais caminhar e provar um pouco das paixões da vida...e tudo foi usado como pretexto para justificar sua ausência. Mas a vida que você vive agora é tão ou mais deficiente do que a vida que vivia dentro das igrejas. Só que antes você enfrentava seus pecados, e agora você os vive, no entanto está sufocado por eles.
Você percebe em um choro incontido o quanto se relacionamento com Deus rompido lhe faz falta. Há um vazio em seu interior que nenhum prazer dessa vida é capaz de preencher. Você começa a se lembrar de o quanto era bom quando Deus fazia parte da sua vida e você o reconhecia como O dono da vida, o Senhor da sua vida, o todo Poderoso, o Criador, o Cuidador, o Pai.
Não deixe que suas mágoas e frustrações lhe afastem do Pai. Não permita que algum irmão, igreja, ou, você mesmo lhe privem de viver plenamente e desfrutar de tudo o que o Pai pode lhe oferecer: paz, amor, bonança, refrigério, segurança e uma eternidade plena em sua presença.
REVIVA BONS MOMENTOS COM O PAI!
BRUNO RAMOS