FALAR DE DEUS é sempre bom. Aliás é falando de Deus que me desligo de fato das coisas ao meu derredor e tiro um tempo fazendo minha devocional diária, minha reflexão de que realmente não sou nada e necessitado incondicionalmente da misericórdia de Deus. Acredite: escrever aqui faz um bem maior a mim do que possivelmente a você, leitor, amigo, irmão, que acompanha meu trabalho e tem consideração por minha pessoa.
Ainda ontem conversava com um amigo de infância sobre a traumática e substancial diferença que existe entre nossa amizade - e consequentemente estilo de vida - de nossa infância e agora, em nossa fase adulta. Quando transitamos entre a infância, adolescência e enfim a maturidade, nem notamos; simplesmente vamos levando a vida, galgando oportunidades, batalhando sonhos e buscando viver da melhor forma, enfrentando os desafios e as dificuldades. Quando olhamos então para trás, notamos o quão distante estamos em nosso modo de pensar, viver, agir e se comportar daquele menino ou menina que um dia nós fomos. Não é verdade? Pare pra pensar um pouco sobre isso e verá que é verdade...
Se algum dia me embrenhasse pelo campo da sociologia, antropologia ou psicologia, faria com gosto um estudo sobre esse aspecto da existência humana: as diferentes vidas que vivemos em uma só existência.
A maturidade muda a gente. Logicamente esta mudança traz benefícios positivos, nos eleva o nível do conhecimento, nos amadurece em vários campos de nossa vida: intelectual, sentimental, cultural, profissional, enfim, amadurece nossa existência em vários aspectos.
Mas existe um campo de nossa vida, especificamente, que só tem a perder com nossa maturidade: nossa vida espiritual. Ela sofre, e por vezes, definha como erva murcha. E não sou eu quem diz isso. O próprio Jesus afirmou isso, no cenário que usei como texto título para este post.
Cansei de ouvir pastores em seus púlpitos afirmando: "é mais fácil trabalharmos com crente recém-convertido do que com crente velho de igreja."
Bem, soltei essa frase acima e logo mais falo sobre ela. O fato é que Jesus foi taxativo no que diz e ficou registrado em Lucas 18:16-17, Marcos 10:14-15, Mateus 19:14-15:
Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele. Marcos 10:14-15
Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele. Marcos 10:14-15
Quando nos tornamos adultos, juntamente a todas as coisas boas que aprendemos, também no pacote, vem as coisas ruins, e estou pegando leve chamando-as apenas de "ruins". Vem a maldade, a malícia, a arrogância, a vaidade e todo o tipo de pecado que você que é inteligente já sabe do que estou falando.
O pecado concorre diretamente com tudo de bom que somos capazes de produzir. Ele corrói toda a pureza, inocência e disponibilidade para o sagrado que trazemos ao mundo conosco "de fábrica". E quando nossa pureza então é totalmente deflagrada, já não somos mais meninos. Toda nossa criança está morta dentro de nós, e já estamos entregues a própria sorte, já não somos mais inocentes.
Seria então o fim de todos nós então? Não haveria chance então de salvação? Não, não haveria. Não haveria se Deus através de Jesus, por sua infinita misericórdia não olhasse pra nós com seu olhar de misericórdia.
Lá no evangelho de João no capitulo 3 um jovem chamado Nicodemos, homem de honra entre os judeus, trava um diálogo com Jesus sobre salvação e o Mestre culmina lhe dizendo que "aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus."
Em concordância ao que veio proclamar a frente, se não nos fizermos como crianças, se não nascermos de novo, se não voltarmos a origem da pureza, se não nos conectarmos numa busca constante as coisas espirituais, se não formos meninos novamente, não alcançaremos os céus.
A arrogância, a prepotência e a auto-suficiência é terrível, nos massacra, porque ilusoriamente nos faz achar que somos bons o suficientes, que temos o controle suficiente de nossas vidas. Podemos sim, decidirmos o que queremos ou não fazermos. Isso é um erro.
Mas Deus não nos deixou a nossa própria sorte. Enviou Jesus e nos deixou o Espirito Santo de Deus para nos convencer do pecado e do juízo.
Quando aceitamos Jesus e o Espirito Santo habita em nós, uma transformação ocorre em nossas vidas. Abandonamos o velho homem e nos tornamos crianças de novo. Viramos dependentes de nosso Pai. Dessa vez, do nosso Pai Supremo. E filho depende do Pai e é criança mesmo com barba feita e voz grossa.
Lá atrás, escrevi uma frase sobre novos convertidos. Podemos estar envoltos ao primeiro amor o tempo todo, durante toda nossa caminhada no evangelho, basta não esquecermos que somos meninos e Deus nosso Pai. Basta nos relacionarmos com Ele desse modo. Eu já confessei aqui que não gosto muito de mencionar Deus ou Jesus como "noivo", "amigo", "irmão", "O Cara" e outros nomes semelhantes. Não que seja pecado ou inverdade, porque a própria Bíblia diz que Ele é tudo isso. Mas gosto de me relacionar com Deus como meu Pai Celeste. Eu o reverencio desse modo. E espero sempre, que Ele me observe do seu trono de glória como o menino que Ele mais ama cuidar.
Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento. (1 Coríntios 14:20)