O sistema religioso atual está falido. Triste constatação.
Não está falido porque "faliu-se" porque "esgotou-se" ou "implodiu-se". Jesus não deixou de ser Jesus, Deus não deixou de ser Deus.
Mas nós cristãos deixamos de usar a religião para adorar a Deus e resolvemos usar a religião para nosso bel prazer, para satisfação dos nossos deleites. Usamos nossas idas aos cultos como uma dose de cocaína que um viciado precisa para manter seu vicio ou o gole de cachaça que um pé-rachado precisa pra esquecer as agruras de sua vida desventurada.
Nosso Deus, Criador, Grandioso, Excelso, se tornou um gênio da lâmpada, um realizador de desejos, um amuleto da sorte benzido nas manhãs de domingo, beijado nos crucifixos de madeira, um ser sobrenatural recebendo ordens de mandingueiros, invocado por "sacerdotes" que vivem a ordenar a "ele" (deus?) para ungir copos cheios de água, folhas de arruda, reverter mal olhado, revogar pragas, quando não está ocupado entregando carros, casas, fortunas e satisfazendo todo o tipo de luxúria que esse povo pagão-cristão insiste em dizer que é "bênção de Deus".
Tolos. Não sabem o que fazem.
Este início pesado do meu texto, não é um olhar de melancolia, tampouco uma manifestação de rebeldia religiosa que resolvi manifestar. Este tom franco é pra tentar prender sua atenção pelo menos até aqui, pra tentar chamar você a uma reflexão comigo, pra ver se você larga a mão de ser besta e definitivamente, sentado ai nessa cadeira defronte a este computador, resolva refletir seriamente sobre o tipo de cristianismo que você anda vivendo.
Se chegamos ao ponto que chegamos de fadigação, de estorvo, de embaraço, temos nossa parcela de culpa, cada um de nós. Nós que deixamos de olhar para a Bíblia que deixamos de meditar nela, de examinar as escrituras, de investir tempo de relacionamento com Deus. Nos tornamos hipócritas buscando respostas que satisfazem nossos interesses. Devagarzinho, paulatinamente, como um marido infiel que abre a porta vagarosamente para o rangido não acordar a esposa e entregar sua farsa no meio da madrugada, fomos nos permitindo, nos liberando geral, nos entregando rumo a um evangelho do vale-tudo, do tudo-pode, sem consequências, sem compromissos, sem renúncia, um evangelho sem Cristo.
Sei que poucas centenas de pessoas lerão este texto. No meio de milhões, bilhões de usuários de internet é quase nada. Mas não posso querer muito, se de fato nem a Bíblia os cristãos de hoje se dão ao trabalho de ler. Os crentes de hoje preferem o evangelho fast-food, preferem receber as palavras avivalistas dos pastores encrenqueiros, dos pedidores de dinheiro, dos deturpadores de verdades, dos manipuladores de mentes. Querem receber mastigadinho, não querem preocupações e se aborrecerem com palavras eruditas, não querem se enfadar tentando interpretar as mensagens por trás das parábolas que Jesus pregava.
Não adianta reclamar de pastor ladrão, de crente safado, de pregador bandido. Estamos assistindo isso tudo e aplaudindo. Estamos mesmo é querendo nosso lugar ao sol, nossa cama de bençãos, queremos mesmo é ser iguais a eles.
O fim está próximo. Mas ele vai ter que esperar nossa última compra no shopping center. E vai ter que esperar acabar o próximo festival Promessas, porque o "Thalles Roberto vai cantar lá."
Irmãos, o evangelho de Jesus Cristo requer compromisso. Não compromissos de correntes, estapafúrdios que visam alimentar sistemas humanos. Mas temos que mostrar aqui fora, nesse mundão o que é ser cristão de verdade. Não há como nos misturarmos na multidão. Somos diferentes.
"O Reino de Deus é tomado a força, o que vencer receberá a coroa, tome sua cruz e siga-me, o caminho que leva ao céu é estreito, muitos são chamados poucos escolhidos, do que vale ganhar o mundo e perder sua alma?, no mundo tereis aflições, a salvação é pela graça, de graça recebeis de graça dai."
Todas essas citações são bíblicas, e talvez você nunca tenha lido. Talvez já leu e não entendeu. Talvez algum "lider" te ensinou errado. Mas estes textos desmascaram qualquer mentira sobre essas facilidades que são semanalmente sugeridas em cima dos púlpitos. Jargões, frases feitas, sermões elaborados sob a tutela da psicologia querem te fazer crer que não existe compromisso a ser assumido. Pague sua benção e está tudo resolvido.
A vitória do cristão é a salvação. Galardão é consequência. Vida abastada aqui nessa terra é consequência. Conquista material é consequência. É o "plus". É o que Deus dá quando resolve dar, quando quer dar, quando entende que será melhor pra nós, quando entende que saberemos usar com sabedoria, que Ele tem um propósito para nos dar e ponto final.
Hoje, o fim do evangelho está anunciado. Hoje, você pode decidir que não. Você pode viver a plenitude do que diz a palavra de Deus. Você pode viver feliz na presença de Deus. Você pode tirar sua fé depositada em homens e tranferí-la para Deus. Só Jesus salva e só Ele é o caminho entre o homem e Deus.
Não se deixe enganar mais por falsas doutrinas. Não se engane mais vivendo um evangelho superficial e achando que está tudo bem porque não está.
Jesus ainda acredita em nós. Ele é o verdadeiro fim do evangelho.
"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade."
Mateus 7:21-23