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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alguém para confiar



Se existe alguém nessa vida que todo homem tem a obrigação de confiar essa pessoa é o seu barbeiro. O barbeiro é um cara altamente de confiança, só pode ser. Tem que ser. Por isso que é difícil a gente ver por ai um homem que toda hora fica trocando de barbeiro. Não dá.

Imagine você, um homem barbudo passando na rua, olhando uma placa e pensando consigo mesmo: "pôxa, estou barbudo...vou aproveitar que estou passando em frente a esse barbeiro desconhecido aqui e vou fazer minha barba agora mesmo."

Ao entrar no estabelecimento, se senta na macabra cadeira do barbeiro e inicia uma conversa, enquanto o profissional começa com aquela inquietante mania de ficar cortando o ar com a tesoura vizinhando sua orelha:

- Prazer meu nome é Zé. É nova sua barbearia?
- É sim. Tem uns nove meses que eu abri. Desde que eu me mudei pra cá. - Responde o barbeiro.
- A é? Morava onde antes?
- Eu sou do interior de Minas...me mudei pra cá pra me tratar de uns problemas de saúde ai...
- Pôxa, que coisa!...e é grave?
Enquanto corta a barba com a navalha no pescoço do cliente o barbeiro estranho responde:

- Não, não é não...só se eu esquecer de tomar uns remédios... ai tenho uns ataques de esquisofrenia, me dá umas crises de raiva...mas é só quando fico nervoso e esqueço dos remédios....ai óh! Foi até bom falar nisso, ainda não tomei meu remédio de hoje...

****

Se pararmos pra pensar, analisarmos friamente, vamos perceber que a coisa mais difícil do mundo é confiar em alguém.

Pra quem ai já passou dos vinte, trinta, se puxar na memória agora em poucos instantes, vai se lembrar de pessoas que em determinadas situações fora depositada a máxima confiança possível e no final, houve traição. Por palavras, por atitudes, por falta de atitudes. Mas, se esperava algo de alguém que não aconteceu. 

Ai, vem as decepções.

Nossos casamentos de hoje em dia, de crentes e não crentes, por exemplo, estão acabando (ou mal começando) por quebra de confiança. Principalmente as mulheres, quando saem de uma situação de quebra de confiança, ficam profundamente afetadas. Algumas passam anos sem se erguer novamente, desconfiando de tudo e de todos, acreditando que todo homem é igual, com a auto-estima abalada e a felicidade retirada, assim, como num estalar de dedos, por uma quebra de confiança.

A quebra de confiança pode, literalmente, acabar com a vida de uma pessoa. Pode trucidá-la emocionalmente e moralmente. Pode mudar os rumos de uma bela história de um ser humano.

Acho que todo homem é como uma ponte suspensa. Essas de tábuas bem fininhas amarradas com cordas velinhas, que ficam por sobre precipícios com um rio lá em baixo infestado de jacarés, típico de filmes de Indiana Jones.

Feito para os amigos e chegados passarem. Tudo vai bem na passagem, até o amigo pisar justamente na ripa fraca e podre. Acontece a queda, justamente o momento da quebra de confiança.

Não foi a toa, nem por capricho, que Deus através do seu profeta Jeremias disse:

“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” - Jeremias 17:5



O homem, nós todos, somos a tal ponte onde nossos amigos passam, pessoas que confiam na gente. Se derem sorte, talvez, e digo apenas talvez, não pisarão na maldita "ripinha" quebrada, esperando um pisão para derrumar alguém.

Nossa capacidade de sofrermos infidelidade por parte de alguém está para a capacidade de cometermos infidelidade para com os outros. As vezes objetivamente e concientemente, outras vezes por uma série de eventos interligados que indiretamente culminam na quebra de confiança para com uma pessoa ou um grupo.


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Nem tudo está perdido. Se a traição é a doença que fica ali, encubada a todo tempo, esperando a hora certa de se manifestar, existe um antídoto, e só um, capaz de anular o efeito da traição, da quebra de confiança.

Jesus foi o grande e maior distribuidor desse antídoto. A todo o tempo distribuiu, ensinou aos homens como não quebrar a confiança de alguém. Esse antídoto em grego chama-se "ἀγάπη". Desculpe-me, se você não entende grego, acho que em hebraico fica mais fácil: "אהבה".

Tudo bem, sem mais rodeios, o antídoto contra o mal da traição chama-se em bom português: "amor", sei que você já entendeu desde o grego.

Agora eu sei o porquê de Jesus Cristo ter passado tanto tempo, tantos sermões pregando: "ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo"...

Quando existe o amor, quando se ama, não se quebra confiança...o amor é um antídoto cujo os ingredientes são: respeito, carinho, vontade de querer bem, confiança, altruísmo, dedicação, e...o ingrediente x...esse ai é o segredo final que só Deus conhece, mas o que dá "liga" e faz tudo funcionar. O ingrediente x do amor, vem de Deus e essa é a parte divina da coisa toda.

Jesus passou sua vida inteira vivendo e pregando o amor, e, como se num teste final, sua última prova ali na cruz do calvário foi de amor.

Na cruz, sofrendo nossas dores, traído, por Judas e pelo povo a quem curou e liberou palavra de vida, tinha todos os motivos para blasfemar, para amaldiçoar o povo, para provar quem era Deus pra aquela gente. Mas qual foi sua atitude? "Pai, perdoa-os por que não sabem o que fazem."

Só o amor rompe a quebra de confiança.

Que possamos hoje e sempre amar nossos irmãos, nossas familias, nossos inimigos, nossos amigos e nossos barbeiros.


PS: Nossa confiança maior é em Jesus! Mas isso é um tema pra outra história!




domingo, 27 de maio de 2012

Apresentando-se pelado perante Deus



Deus, o Pai Supremo, estava a passear pelo jardim do Éden. Estava caminhando em meio as árvores, sentindo a brisa fresca que criara, ainda com aquela sensação gostosa de quando compramos um carro novo ou construímos uma casa nova, curtindo cada detalhe, apreciando a doce relização da obra de suas mãos.

Contemplava tudo, fechava os olhos sentindo o vento pelos seus cabelos, admirava a paisagem, assobiava com os pássaros, cantarolava o hino que os anjos o adoravam em seu trono de Glória.

Ansioso por encontrar Adão e lhe perguntar como foi o seu dia, interagir com o "pupilo" de sua criação, pela sua oniciência reconhece que algo há de errado.

Então, a paz é quebrada. A harmonia das coisas é comprometida. O Pai procura Adão e o chama: "Adão onde está você?"

De repente, sem ter mais saída, Adão "desesconde-se" de trás de uma moita, todo envergonhado, cobrindo suas partes íntimas com uma folha de bananeira qualquer e diz ao Senhor:

- "Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me." - Gênesis 3:10


 A essa altura, você cristão praticante que é, leitor da Palavra de Deus e conhecedor das Escrituras Sagradas sabe de todo o pano de fundo dessa história. Adão e Eva comeram do fruto do conhecimento do bem e do mal e materializaram o primeiro pecado na face dessa terra: a desobediência. Por esse pecado, pagaram um alto preço, com juros e mora, cuja os dividendos pagamos até hoje: o preço da pecaminosidade instaurada no mundo.

De lá pra cá, apenas um passou por aqui e conseguiu sair ileso da herança do pecado: "Jesus Cristo".

"Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." 2 Coríntios 5:21

O pecado traduzido é: a transgressão aos mandamentos do Senhor. Todas as vezes que transpassamos a observação dos mandamentos do Pai são as vezes que tocamos no impróprio, tomamos parte em tudo aquilo que Deus não quer e não pretende pra nossas vidas.

***

Existe em nós todos uma espécie de "sistema de alerta" contra pecados. Nós viemos de fábrica com isso. A nossa consciência é tocada pelo Espirito Santo de Deus e nos alerta: "você está em zona de perigo. Você está pecando. Você está cometendo ou prestes a cometer um delito contra a vontade de Deus pra você."


Quando Adão pecou, imediatamente sua consciência lhe acusou o fato. A Bíblia diz que pela primeira vez "notou que estava nu" e encheu-se de temor. Vergonha. Consciência pesada.

Mediante isto, Adão sentiu temor em apresentar-se pelado diante de Deus. A Bíblia não diz, mas a nudez representava ali o seu "pecado descoberto". Notando que estava pelado, percebeu que algo muito grave aconteceu.

O que aconteceu com Adão ali nos revela uma reflexão muito grande. Deus teve misericórdia de Adão e Eva, mas isso não significa de que não houve consequências. Todos nós sabemos que Adão foi expulso do paraíso, o homem passou a ter que viver do suor do rosto e Eva a sentir dores de parto. Mas Deus não os despachou do paraíso sem antes lhes preparar roupas:

- "E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu." Gênesis 3:21

Deus: o primeiro alfaiate!

O fato de o próprio Deus ter confeccionado o primeiro par de roupas para os homens, me chama a atenção para algo que quero dividir com vocês:

Ele não quer que nos apresentemos pelados diante dele. Isso simboliza a vergonha. A prova cabal do pecado. A revelação real de que infringimos sua vontade.

Mediante isso, observo que muitos de nós (e as vezes nós mesmos), perdemos a sensibilidade do pecado. Deixamos de ser acusados pelo "sistema de alerta" e pecamos, tornamos a pecar, e outra vez pecamos e estamos lá com "as coisas de fora", PELADÕES nos apresentando ao Senhor.

Chegamos em nossas igrejas, com a cara mais "deslavada" do mundo, como se nada tivesse acontecendo, e  lá, no meio de todos da congregação, começamos a fechar o olho, apertá-los bem forte, fazer uma cara de preocupados mordendo os lábios, franzindo a testa e gritando palavras de ordem e santidade, levantando as mãos, cantando corinhos, batendo palmas, soltando sonoros "glórias a Deus" inteiramente...PELADÕES!!!!

Pelados mesmo. Do tipo se estivesse escrito lá em Gênesis capítulo 3:

- E eis que Adão, observando que estava pelado, sai correndo ao encontro de Deus que estava passeando pelo Jardim do Éden para lhe contar a novidade. E muito se orgulhou de transgredir ao mandamento de Deus, naquilo que chamou de pequena traquinagem.

Ilustrações engraçadas a parte, a coisa é muito séria amados irmãos. Muitos de nós, estão perdendo a sensibilidade de perceber que algo está errado. De que estamos embaraçados com o pecado e não podemos nos achegar a Deus desse modo. São vários os pecados, desde coisas relacionadas a sexualidade a outras coisas relacionadas a desvio de caráter. Não importa. Quando perdemos a sensibilidade de que não podemos nos apresentar pelados perante Deus, algo muito, muito sério e errado está acontecendo conosco. No mínimo estamos enganados pelo diabo, no máximo estamos possuídos por ele.

Que possamos vigiar e orar e que possamos não nos corromper com este mundo. Pedirmos sempre em nossas orações, que Deus revele a nós todos os passos errôneos que porventura possamos dar. E que Ele nos revele e continue sempre a nos revelar nossos pecados.

E que não nos preocupemos. Quando estamos nus, quem confecciona as vestes é Ele mesmo. Nesse caso, as vestes puras e imaculadas, lavadas com o sangue puro e carmesim de Jesus Cristo, que morreu na cruz do calvário por todos os nossos pecados. E para terem nossas transgressões perdoadas, basta confessá-las e deixá-las que Deus é fiel e justo para nos perdoar. Só não nos enganemos: a justiça de Deus chegará e já tem data marcada. Por isso: "vistam-se peladões, enquanto há tempo!"


"No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;
E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.
Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?
E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?
Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus." 
Romanos 2:16-29

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Atire você a primeira pedra




É de um “assustamento” medonho - com a licença poética em mãos - a enxurrada “noéística” que tem avassalado o mundo moderno por conta da internet e dos ligamentos globais da comunicação com relação à exposição do pensamento, das correntes filosóficas, das teses acadêmicas, das bandeiras evangélicas, da opinião e da crítica.

Hoje, qualquer Mané, assim como eu, pode ir indo lá na internet (aqui no caso), e criar um blog, abrir uma conta nas redes sociais, participar de fóruns e ir espalhando, disseminando pelo mundo afora suas opiniões e críticas em relação a tudo quanto é tipo de assunto.
Já desde menino ouvia uma célebre frase sobre futebol que dizia que “todo torcedor é técnico de futebol.” Pra atentar somente no que tange ao assunto de nossa temática aqui do blog, transformo esta sentença nesta:

“Todo crente está virando pastor e teólogo.”

Por um lado, a profusão da informação gera benefícios nunca antes tangidos na história da humanidade. Basta digitar qualquer tema na caixinha de pesquisa do Google, que você tem material para estudar por toda uma eternidade. Por outro, com a licença e perdão de todos vocês, mas é tanta porcaria que se encontra de deixar qualquer um de cabelo em pé.

Como não poderia ser diferente, o nosso meio evangélico está envolvido até o “talo” a toda esta revolução social e tecnológica. Muita gente hoje está por aqui, exatamente como estou fazendo agora, escrevendo inspirações, pregando a palavra de Deus, exaltando as misericórdias do Senhor, aconselhando irmãos embasados na santa e gloriosa Palavra do Senhor, dizendo o quão grande é o Senhor, apregoando os caminhos da salvação, preocupados com as almas, organizando campanhas de oração, consagração, revolução do evangelho, clamando a Deus por um avivamento espiritual para o seu povo para estes dias.

No entanto, outro tanto massacrante e feroz de “crentes” com sede de “pureza”, está vindo pra cá com a finalidade específica de ficar apontando o dedo para igreja tal, pregador fulano, líder cicrano, ministério beltrano. Tem muita gente por ai se apropriando da função de máxima importância do diabo que é de acusador e chamando para si a responsabilidade de julgar aqui na terra no lugar de Deus.

Enganam-se com a falsa sensação de que estão certos e os outros errados. Acham que a sua maneira particular de servir a Cristo é melhor do que a do outro. Perdem tempo, gastam massa encefálica, queimam neurônios para produzir textos enfadonhos, cheios de referências bíblicas, de cem mil caracteres, explicando porque do outro lá estar “pecando” por ofertar assim, por orar assado, por cantar daquele jeito...e as almas continuam perecendo, pessoas continuam indo para o inferno.

E ao invés de promover a paz, exaltar o prazer honroso que é professar a fé em Cristo, usam de deboches para achincalhar a fé do IRMÃO, sim do irmão que crê em Cristo mas age de modo diferente do seu. Perdoe-me, mais uma vez, se você não está muito...entendendo o que estou escrevendo. Mas é que há uma onda de pretensos reformadores que estão ai aos quatro ventos falando coisas horrendas sobre o modo de muita gente adorar a Deus.

Ao invés de atingir seu pretenso propósito de “santidade” e “pureza”, estão mesmo é dando desgosto a muita gente de servir a Deus, transformando tudo numa palhaçada só, confundindo a cabeça de irmãos, disseminando discórdia, instaurando o caos, alimentando o ódio e segregando irmãos que um belo dia disseram: “Eu aceito o Senhor Jesus como Senhor da minha vida.” Por conta disso, existe grupos evangélicos que não se comunicam uns com os outros sabiam? Igrejas que competem entre si pra ver quem tem mais membros... vaidade, vaidade, vaidade. 

Queridos irmãos, não posso ultrapassar essa barreira, porque senão me assemelharei a eles. Não cito nomes não é este meu propósito. Tampouco, estou aqui dizendo que tudo é permitido, de que todas as formas de adorar a Deus são corretas, e nenhum pouco, estou a declarar que nos é vedado o direito constitucional da livre expressão do pensamento. Claro que não! Estou expressando meu pensamento!! Seria loucura!

Existe muita coisa errada sim por parte de pastores, líderes, igrejas... mas o poder maior que temos nas mãos é o da oração, da intercessão, do clamor. Se existe algum ministério que não concordamos devemos orar pedir a Deus que tenha misericórdia das ovelhas que estão no tal rebanho, olhar com amor, olhar com misericórdia, compaixão, nos assemelharmos a Cristo. E mais: se achamos que tal ministério peca em algum aspecto, certamente pecamos em outro. A palavra declara:

- “Todos pecaram e destituídos estamos da Glória de Deus.”

Todos que estão debaixo desse sol, estão sujeito as mesmas paixões. Jesus veio e morreu pra todos. Disse, “ide e pregai o evangelho a toda a criatura”, não disse “ide e ensinai o jeito certo de me adorar”. Deixou isso em aberto respeitando as diferenças culturais, sociais e regionais. Não me lembro dele dizendo “em verdade em verdade vos digo que aquele que ofertar acima de 10% não herdará o Reino dos Céus”. Mas me lembro de ter lido: “bem-aventurado os mansos porque dos tais é o Reino dos Céus.”

Jesus não pregava “a nova sinagoga”. Ele pregava novidade de vida. E novidade de vida é abater o eu, é conter o ímpeto, mortificar a carne, vencer o mau, combater o príncipe desse mundo que tem levado pessoas sem salvação para o inferno, essa é a verdade.

Como disse, quem anda praticando erroneamente a Palavra do Senhor, vai se ver com Deus, Ele vai cobrar a conta de quem anda se apropriando do nome de JESUS para benefício próprio. MAS DEUS NÃO PRECISA DE QUEM O DEFENDA. ELE NÃO PRECISA DE ADVOGADO.

Eu digo pra vocês, que não concordo com tudo. Em muitas igrejas por ai não acho correto certas práticas. Mas não faço do “ataque a estes ministérios” meu “lema de campanha”, meu tema aqui do blog ou de minhas pregações, primeiro, porque estou de fora, não entendo o que está no coração deste ou daquele homem, ou da igreja, segundo, sou carente da misericórdia de Deus todos os dias assim como o mais miserável dos homens. Igualzinho. Terceiro, quem disse que estou abaixo do modelo certinho, corretinho de servir a Deus? Não tenho a pretensão em achar que meu modelo é sem falhas, portanto melhor ou pior do que qualquer outro.

Não estou aqui a declarar a lei da mordaça ou declarando a “vista grossa”. Digo que devemos entender Deus muito mais como amoroso, misericordioso, benigno, longânimo, compassivo, perdoador, do que vingador, opressor e destruidor. A justiça de Deus chegará, o julgamento já tem hora marcada.
Enquanto isso cuidemos de nossa própria vida e do chamado misericordioso de levar as boas novas da Salvação aos quatro cantos, às almas perdidas, porque você atirando sua pedra, poderá tomar uma pedrada também...talvez fatal.



"Naqueles dias, crescendo o número de discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala hebraica, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento.
Por isso os Doze reuniram todos os discípulos e disseram: "Não é certo negligenciarmos o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas.
Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa
e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra".
Tal proposta agradou a todos. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, além de Filipe, Prócoro, Nicanor, Timom, Pármenas e Nicolau, um convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia.
Apresentaram esses homens aos apóstolos, os quais oraram e lhes impuseram as mãos.
Assim, a palavra de Deus se espalhava. Crescia rapidamente o número de discípulos em Jerusalém; também um grande número de sacerdotes obedecia à fé.
Estêvão, homem cheio da graça e do poder de Deus, realizava grandes maravilhas e sinais entre o povo.
Contudo, levantou-se oposição dos membros da chamada Sinagoga dos Libertos, dos judeus de Cirene e de Alexandria, bem como das províncias da Cilícia e da Ásia. Esses homens começaram a discutir com Estêvão,
mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.
Então subornaram alguns homens para dizerem: "Ouvimos Estêvão falar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus".
Com isso agitaram o povo, os líderes religiosos e os mestres da lei. E, prendendo Estêvão, levaram-no ao Sinédrio.
Ali apresentaram falsas testemunhas que diziam: "Este homem não pára de falar contra este lugar santo e contra a lei.
Pois o ouvimos dizer que esse Jesus, o Nazareno, destruirá este lugar e mudará os costumes que Moisés nos legou".
Olhando para ele, todos os que estavam sentados no Sinédrio viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo."
Atos 6:1-15


"Ouvindo isso, ficavam furiosos e rangiam os dentes contra ele.
Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus de pé, à direita de Deus,
e disse: "Vejo o céu aberto e o Filho do homem de pé, à direita de Deus".
Mas eles taparam os ouvidos e, gritando bem alto, lançaram-se todos juntos contra ele,
arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.
Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito".
Então caiu de joelhos e bradou: "Senhor, não os consideres culpados deste pecado". E, dizendo isso, adormeceu." 
Atos 7:54-60



quinta-feira, 24 de maio de 2012

A mãe dos burros



Se o dicionário é chamado de o "pai dos burros" acabo de descobrir que é muito provável que a maturidade seja a mãe.

É verdade. Refletindo eu aqui comigo mesmo, enquanto pilotava a moto pra ir pra casa ontem, eu cá com meus botões comecei a entender como se a lâmpada da "eureka" de Arquimedes acendesse em meu cérebro de que não há nada mais útil, esclarecedor, educador e elucidativo do que a maturidade.

Não adianta jovem, você ai, na casa dos 15 que acha que sabe muita coisa...quando fizer 20 você me conta o que você sabia aos 15...pra quem tem 20 a mesma coisa e assim sucessivamente. Eu estou agora na casa dos 30 olho pra trás e balanço a cabeça de um lado pra outro, solto um "tsc" no canto da boca e reconheço pra todo mundo que interessar: "como eu era bobo aos vinte...achava que sabia muita coisa...achava que tinha o controle da minha vida e sabia o que estava fazendo, o queria e o que seria de mim. Enchia o peito e todo vaidoso dizia pra mim mesmo: 'está tudo sob controle, porque eu tenho a cabeça no lugar e tenho a vida toda pela frente'. 'Xá comigo, eu garanto!"

Outra verdade é dizer que graças ao bom Deus fiz escolhas certas na vida. Pela misericórdia de Deus, escolhi trajetórias que me favoreceram profissionalmente, sentimentalmente e vivo uma vida abençoada porque Deus aprouve assim.

Mas hoje tenho certeza de que o mundo não é absolutamente 10% do que achei que fosse lá atrás, na minha infância, na minha tenra juventude. Ixi! Se fosse uma prova de adivinhação erraria quase todas as questões sobre as áreas da minha vida.

A maturidade é especial porque ela é forjada não só pelas teorias, não pelos livros, não pelos conselhos, não pelo o que pensamos sobre o futuro. Ela é constituída genuinamente por nossas experiências.

Não adianta alguém te dizer: "não faça isso que não vai dar certo." Se você botar na cabeça; "eu vou fazer porque eu sei que vai dar certo". Ai existem dois finais possíveis para esta história: "dar certo e você tripudiar sobre quem disse que não daria, ou dar errado e você ter que reconhecer que foi avisado de que realmente não daria." - Só que daí pra frente você nunca mais terá uma opinião embasada no que o outro te disse, mas terá uma opinião construída por sua própria experiência. Isso chama-se maturidade.

E quanto mais vivemos, ganhamos mais tempo para testarmos coisas novas em nossa vida. Escolhas novas, oportunidades diferentes, testarmos isso ou aquilo outro pra nossa vida...quanto mais vividos e experimentados mais adquirimos maturidade.

Quando adquirimos cada vez mais maturidade, ela se manifesta automaticamente em nós através de uma característica muito interessante: ela começa a "blindar" nossas novas decisões. Refrear o empulso. Controlar o ímpeto. Apresentar todas as variáveis e consequências possíveis para a decisão que queremos tomar. Ela começa a comparar a idéia com as experiências anteriores para enfim tomarmos uma decisão: "devemos ou não fazer tal coisa".
Lá no início, parafraseei, comparando a maturidade à "mãe dos burros". Na verdade, a maturidade age mesmo como uma mãe. Ela quer nos proteger de decepções, falhas e desastres.

Tem um cara que quando chegarmos lá no céu, quero arrastar uma cadeira, abraçá-lo bem forte e gastar um bom tempo sentado papeando com ele. Chama-se Saulo de Tarso, mais conhecido como Apóstolo Paulo. Este homem é pra mim um exemplo escomunal de sabedoria e de maturidade. Seus registros bíblicos apresentam um homem completamente equilibrado, centrado, obstinado, que sabia exatamente o que queria pra sua vida. PASMEM, e o que ele queria não tinha nada a ver com bens materiais, ou glórias terrenas. Ele cresceu tanto em maturidade que compreendeu que se foi chamado e escolheu ser cristão, seguir a Cristo, em nada mais valia a pena investir senão no Reino de Deus. Glórias ao Pai por isso! Óh Glória!

Na sua primeira carta aos Corintios Paulo escreve:

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino." - 1 Coríntios 13:11


Ele diz isso talvez num momento como o meu, de reflexão e de revalação por parte do Espirito Santo de Deus sobre a relevância suprema do amor. A maturidade, sua experiência com Deus, promoveu este momento.


Na carta aos Hebreus, que provavelmente Paulo escreveu na linguagem de hoje ele diz:

"Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça.
Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal."  - Hebreus 5:13-14


Paulo diz isso numa explanação que fazia aos Hebreus sobre o Supremo Sacerdócio de Jesus Cristo, e cita pouco antes que a esta altura da conversão daqueles irmãos eles já deveriam ter consciência disso, mas lhes faltava maturidade, crescimento espiritual pra compreender estas questões.

O fato é que não há como recomendar pra alguém:"seja maduro menino!", porque maturidade não se impõe, ela se adquire como fruto das experiências que vivemos, no tempo determinado, nas decisões que escolhemos pra nossa vida, onde escolhemos ficar, estar, morar, viver...com a pessoa que escolhemos para compartilhar nossas coisas, medos e anseios, os rumos que adentramos quer por escolhas próprias, quer por circunstâncias que nos cercam.

O que dá pra dizer é, busque utilizar sua maturidade adquirida em cada tempo da sua vida. Não tome atitudes inconsequentes. Aprenda com a vida, ouça atentamente o conselho dos mais velhos, porque querendo ou não, lhe fornecem parâmetros sobre o que estamos pensando. Pondere sempre...e, a essa altura da sua vida cristã, seja novo convertido ou crente de trinta anos de igreja, saiba que a maturidade maior é reconhecer que dessa vida não levamos nada, a não ser nossa salvação.

Fiquem na paz!

Por Bruno Ramos

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cantor Gospel drogado?


Atilano Muradas (*)

Notícia: “Cantora Whitney Houston morre aos 48 anos. O New York Times descreve a voz da cantora como uma das melhores vozes gospel de sua geração. Whitney evitava os maneirismos típicos do gênero, e usava frases evangélicas com moderação.” Mais um artista morre devido ao uso de drogas. Isto tem acontecido demais. O evento, claro, é tratado pela mídia com atenção incomum, exaltando a carreira da artista – o que é justo – mas sempre tentando encobrir a real causa da morte. Dizem que Whitney morreu afogada na banheira e que não havia drogas em seu quarto. Será que os policiais e a mídia pensam que o público é estúpido? A causa final é apenas a cereja do bolo. Todo mundo sabe que ela morreu porque vem maltratando seu corpo com as drogas e o álcool há muitos anos. O final não poderia ser outro.
Para piorar o caso, a mídia tem reforçado que Whitney era cantora gospel. Final dos tempos! Ao que me consta, cantor gospel é um cidadão crente, não bebe, não fuma e não usa drogas. E dizer “frases evangélicas” sob o efeito de álcool é inútil. Estão querendo que engulamos mais essa mentira. Só falta escrever “morre cantora gospel usuária de drogas”. Aí colocaria meu nariz de palhaço e desfilaria na Sapucaí. As pessoas estão sendo induzidas a crer que cantor gospel usando drogas é possível e normal. A ideia de “pastor gay” começou com o mesmo discurso. Pastores e gays existem, mas alguém ser ao mesmo tempo pastor evangélico e gay é piada. Luz e trevas não se misturam.
Certo jovem quis me convencer que maconha lhe fazia bem e que ele conseguia ser crente e maconheiro ao mesmo tempo. Por mais que eu explicasse que, segundo a Bíblia, nosso corpo é templo do Espírito Santo (I Co 3:16) e que por isso não usamos drogas que podem destruí-lo, a mente desse jovem estava insensível. Ele não percebia que a porta da sua vida estava aberta para as próximas drogas. Esta mesma insensibilidade espiritual tem feito com que pessoas creiam que é possível ser cristão e também ter hábitos condenados pela Bíblia, tais como, fumar, beber, falar palavrões, pornografia, aborto, sexo fora do casamento, homossexualismo, lesbianismo e, agora, usar drogas. O fundo do poço está próximo. Daqui a pouco evangélicos aceitarão poligamia e uso de ervas no culto. Tudo isso porque estão acreditando nas mentiras contadas pela mídia vendida ao mercado.
Os cristãos necessitam urgentemente seguir o conselho de Paulo: “examine tudo e conserve o que é bom” (I Ts 5:17). Mas para examinar não precisamos experimentar. Todos sabemos o que é certo e o que é errado. Portanto, é hora de praticarmos II Tm 2:22: “Foge também das paixões da juventude e segue a justiça.” Paixões da juventude aqui são tendências ruins da natureza humana. É importante entender que Paulo não fala somente a jovens, mas a todos, visto que paixões da juventude sempre nos acompanharão. Eis porque é preciso “fugir”.
E não sejamos inocentes acreditando que Whitney se encontrou com Jesus sob o efeito de drogas e creu no último minuto – como li em comentários de internautas. Whitney Houston, Elvis Presley, Amy Winehouse, e muitos outros artistas, infelizmente, não conseguiram dominar as paixões da juventude e acabaram com suas próprias vidas e carreiras. Deus nos livre disto e que nossos cantores gospel não entrem por esse caminho. Que se mantenham firmes defendendo os princípios bíblicos genuínos, e Deus os honrará. O caminho da benção exige, no mínimo, coerência entre o que se canta e o que se vive. A famosíssima cantora secular americana Joan Baez, 70, nunca usou drogas, apesar de ter feito parceria com Bob Dylan, outro usuário de drogas. Em seu documentário ela diz: “Não sei porque as pessoas usam drogas.” Que exemplo fantástico!

(*) Atilano Muradas é jornalista, teólogo, e compositor. Possui três livros publicados pelas editoras Vida e Betânia, oito CDs gravados, e recebeu o Prêmio Areté em 2004. Atilano reside em Belo Horizonte, é pastor na Igreja Batista da Lagoinha, onde atua na área de comunicação.  Site: www.atilanomuradas.com

sábado, 19 de maio de 2012

O Hino 7



Uma das grandes lembranças que tenho da minha infância na igreja batista tradicional são dos momentos do culto em que cantávamos os hinos do cantor cristão. Ainda posso me lembrar, como se tivesse acontecido ontem, do regente da igreja de posse da ordem do culto dando o comando:

 - "Amados irmãos, vamos cantar o hino de nº 579 do cantor cristão".

No silêncio reverente quase profundo do salão, algumas vezes preenchido por um zunido de ventilador, de repente, se ouvia a algazarra procedente das folhas finas sendo folheadas rapidamente a fim de encontrar o tal hino enunciado. Eu lá de baixo, do alto dos meus, sei lá, um metro e vinte de altura, meneava a cabeça e via os anciãos da igreja, pendurando os óculos de ler apoiando no nariz, as vezes molhando o dedo no cuspe da lingua pra soltar as velhas folhas agarradas umas nas outras nos livros provavelmente impressos em 1960, 1970...isso lá pelos meados dos anos 80. Logo depois todos em harmonia começavam a cantar, sempre respeitando o compasso e o andamento ministrado pelo regente. Inclusive eu, que já tinha meu próprio cantor cristão acoplado a minha própria Bíblia, impressa pela Juerp.

Sei que isto acontece ainda hoje em muitas igrejas tradicionais. Mas hoje, existem muitos outros corinhos, hinos, música gospel, que fazem parte de um repertório bem menos erudito, e por mais tradicional que seja a igreja, nunca mais teremos o cantor cristão como a principal fonte de inspiração musical de nossos cultos (salvo as excessões, sempre temos as excessões!).

Os hinos do CC sempre me instigaram a descobrir palavras novas. Eu era curioso, e sempre que possível, quando desistia de brincar na rua por causa da chuva ou do ânimo, gastava algum tempo pesquisando o dicionário, descobrindo os significados das palavras, muitas delas que eu encontrava nos hinos. Refrão, estribilho, antífona, chagas, resoluto, remidos, submergir, nau tragar, encapelado...essas palavras que me lembro assim de bate-e-pronto, são palavras que certamente as pronunciei pela primeira vez cantando os hinos do CC.

Interessante dizer é que nos hinos não só as palavras, mas a composição da mensagem me dava um nó na cuca. Na grande maioria deles, a formação do texto, escrito em linguagem culta, me deixava encafifado, e por isso, não foram uma ou duas vezes que perguntei aos meus pais o significado do que estávamos cantando.

Mas de todos os hinos que eu gostava - e eram muitos - um deles eu tinha um carinho especial: o hino 7. Maravilhas Divinas. Se você não conhece ai está a letra:

Maravilhas Divinas

Cantor Cristão

Ao Deus de amor e de imensa bondade,
Com voz de júbilo, vinde aclamai!
Com coração transbordante de graças,
Seu grande amor, todos, vinde louvai.


Já nossos pais nos contaram a glória
De Deus falando com muito prazer
Que nas tristezas, nos grandes perigos
Ele os salvou por Seu grande poder.




Refrão

No céu na terra, que maravilhas
Vai operando o poder do Senhor!
Mas Seu amor aos homens perdidos
Das maravilhas é sempre a maior.




Hoje também nos bem alto cantamos
Que as orações Ele nos atendeu
Seu forte braço, que é tão compassivo,
Em nosso auxílio Ele sempre estendeu.


Como até hoje daqui para sempre
Ele será nosso eterno poder,
Nosso castelo bem forte e seguro,
E nossa fonte de excelso prazer.

Não sei exatamente se o que me agrada neste hino é sua linha melódica, seu andamento; acho que talvez foi o fato de na infância ter compreendido a mensagem deste hino logo de cara. E creiam, esta mensagem mexe comigo até os dias de hoje.

"Mas seu amor aos homens perdidos, das maravilhas é sempre a maior."

É verdade. Quando estamos com problemas, passando por necessidades financeiras, sentindo uma dor de uma perda, aflito por uma doença, zangado por uma traição de alguém, nós esquecemos a essência do evangelho. Nós todos pecados, e destituídos estamos da glória de Deus. E ainda sim, com sua maravilhosa compaixão e misericórdia, Deus nos resgatou através de Jesus Cristo, nós, que estávamos perdidos. E esta, sem dúvida, é a maior de todas as maravilhas.



"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
João 3:16





sexta-feira, 18 de maio de 2012

Meu presente especial

Minha irmã Fernanda fez aniversário certa vez, na sua adolescência. Não me lembro exatamente mas acho que era de 13 ou 14 anos. Eu sou 3 anos mais velho e na época já trabalhava. Me orgulhava muito de ter meu próprio salário, ser de certa forma independente, já tinha minha moto e comprava minhas roupas da moda por algumas boutiques da cidade.

Eu já tocava sax e como todo cara que entra nesse mundo, estava descobrindo cada vez mais a música instrumental. Na época (quase 10 anos atrás, não faz tanto tempo assim rs) ainda não existia todo esse acesso fácil a internet e ainda havia na minha cidade algumas boas lojas de cds.

Nesses anos ouvia muito (como ainda hoje) bandas de música instrumental como Spyro Gyra, The Rippingtons (esses caras pra mim são grandes referências musicais), Léo Gandelman, George Benson, Lee Ritenour, Norman Brown, Wayman Tisdale. Todos esses são excelentes músicos tocam grandes temas de Smooth Jazz, mas nenhum deles tocava música evangélica instrumental.

Até que um dia, vasculhando as estantes de uma loja de cds no shopping da cidade, encontrei um cd instrumental do Daniel Souza do ministério Frutos do Espirito. Conhece? Com quase toda certeza sei que você já deve ter cantado algum louvor dele: "Recebi um novo coração do Pai, coração regenerado..."

Bom, eu estava ali com um cd instrumental desse servo de Deus que tanto admiro chamado "Fonte de Vida", gravado em 1997. O preço não era lá o mais barato que se poderia encontrar, e também, eu tinha que comprar outras coisas com meu orçamento do mês, e ainda: o presente de aniversário da minha irmã!  O que fazer? Comprar ou não comprar?

Até que eu tive uma idéia genial. Compraria o cd e daria de presente pra minha irmã, que diferente de mim, não é - tão assim - fã de música instrumental. Acho que nada afim de música instrumental. Mas a minha idéia maquiavélica era muito simples: eu daria o presente pra ela, ela ficaria feliz (pelo presente, não pelo estilo musical), mas quem ouviria o cd naturalmente seria eu. Eu sei que você já entendeu, mas também está sendo uma terapia pessoal confessar isso, traduzindo em miúdos: eu presentei a mim mesmo!

Minha irmã boba que não era, matou a charada, riu um pouco, me acusou do plano,  eu, solenemente neguei, até inventei uma desculpinha esfarrapada do tipo: "que nada, quero que você aprenda a gostar de música instrumental", mas a verdade no meu coração era essa mesmo, me beneficiar do presente alheio.

Querido amigo leitor: quantas vezes não utilizamos este artifício sórdido com nosso Deus?

Um fato tão bobo, inofensivo e irrelevante como este, que só persistirá ao tempo porque escrevi sobre ele, revela um plano sorrateiro da minha parte contra minha irmã acerca de um cd evangélico. Mas quantas vezes não queremos barganhar com Deus, procurar serví-lo pelo caminho largo, utilizar meios de benefício próprio sob pretexto de oferta e adoração a Deus?


Eu entendo hoje mais do que nunca esta palavra de Jesus:

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade."

Mateus 7:21-23
 
 
É natural que muitos crentes verdadeiros estejam se "enojando" com o tipo de cristianismo que vem sendo pregado: o do interesse próprio, o de favorecimento pessoal pra esses dias, o de enriquecimento sob pretexto de merecimento, acumulação de riquezas, a cobrança de pagamentos para a ministração da palavra, a vaidade do "eu prego", "eu canto", "eu sou o astro"...num "escalão" menor, líderes de igrejas que querem reconhecimento pelo pastor, pela igreja, querem ser os "melhores" e receber recompensas pelo o que fazem.
 
O pior, assim como eu no caso do meu presente especial para minha irmã, eu acredito que muitos desses homens e mulheres que tem se beneficiado do evangelho de forma material e pessoal, no tocante a riquezas, a fama e exaltação pessoal e tudo o mais, tem a conciência disso. Sabem que o povo os idolatra, sabem que se cobrarem o mais alto cachê receberão os pagamentos. Lá no fundo sabem o que está acontecendo. Mas assim como eu, também estão a inventar desculpas esfarrapadas para justificar seus graves delitos. Querem as vezes utilizar da própria palavra: "o obreiro é digno do seu salário", "pedi e dar-se-vos´-á", "estou trabalhando como um outro trabalhador qualquer"....e por ai vai, não sei todas as respostas. Mas..........continuam a enriquecer, continuam a ser pretenciosos, gananciosos, arrogantes, e contaminados com a "síndrome de deus".
 
Saindo dessa esfera, trago para a nossa realidade cristã, longe dos holofotes, eu e você. Amado irmão, reflita quando orares pelos seus problemas. Entregue seu caminho ao Senhor, confia nele e no mais Ele fará. Trabalhe honestamente na sua vida secular. Trabalhe o máximo que puder na obra do Senhor. Seja feliz com o que tens, e peça a Deus que te dê aquilo que Ele achar melhor pra sua vida. Não se engane.
 
Deixo para nossa reflexão esta palavra em Tiago:
 
"Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações."

Tiago 4:3-8

Que Deus nos abençoe e nos conduza para todo o sempre para perto Dele.

Por Bruno Ramos


CD - Fonte de Vida - Instrumental - 1997 - Daniel Souza





segunda-feira, 14 de maio de 2012

A questão dos paradigmas

Pessoal, antes de mais nada, quero agradecer ao jornalista da Rede Gazeta do Estado do Espirito Santo, Carlos Tourinho, por ter permitido a reprodução do seu texto aqui, que li em A Gazeta e achei interessantíssimo. Fala sobre paradigmas, mudanças, transformações. Nem sempre, o que nos garantiu o sucesso de outrora é o sucesso do amanhã. Uma ótima reflexão de valores humanos, não somente cristãos, pra você que é empreendedor ou simplesmente gosta de aprender sobre questãos "paradigmáticas" da vida! Boa leitura.

A questão dos paradigmas


*por Carlos Tourinho



Dia destes apresentei aos meus alunos da Ufes o filme “A questão dos paradigmas”. É um vídeo feito nos anos 80, com técnicas de gravação e edição já superadas,  o que  gerou até alguma graça entre os estudantes – nativos digitais –,  mas cujo conteúdo chamou a atenção.  Tanto assim que “segurou” vinte e dois alunos numa sala de aula compartilhada com mosquitos até às dez da noite. E quem dá aulas sabe, isso não é tarefa fácil. Mérito para uma mensagem que fala daquilo que informalmente costumamos chamar de “pensar fora do quadrado”.  Há algo mais atual e desafiador para jovens e criativos estudantes?

Numa das passagens deste vídeo, o apresentador diz que o sucesso do passado não garante nada diante da mudança de paradigmas. E cita como exemplo o caso da indústria relojoeira da Suíça. Em 1968, com uma indústria que fazia sucesso há 100 anos, a Suíça tinha 65% do mercado mundial e mais de 80% das receitas desta atividade no planeta. Dominava amplamente o mercado relojoeiro. No final da década seguinte a fatia do mercado tinha caído para 10% e nos três anos seguintes foram demitidos 50 mil dos 65 mil relojoeiros do país. A Suíça perdia o mercado para o Japão que, em 1968, não tinha qualquer participação nesta indústria. O que aconteceu para uma derrota tão rápida da Suíça e um crescimento tão vertiginoso da indústria japonesa? A mudança de paradigma é a explicação.

Um paradigma é o modelo dominante em certo período de tempo e  em determinado mercado. Pode ser organizacional, tecnológico, sociológico etc. Ou seja: é o modelo adotado para se executar determinada atividade. E muitas vezes acaba sendo um limitador para muitas mentes. É a tal história de se pensar apenas “dentro” do quadrado. O risco de não se ousar. De ficar sentado em cima do sucesso. Quando um paradigma é quebrado, ocorre uma mudança do padrão então vigente. E as mudanças nestes  padrões acabam por inaugurar uma nova era tecnoeconômica.

Voltando à história dos relógios suíços.

O  vídeo fala de uma descoberta que mudou a história. Cientistas identificaram as propriedades do quartzo na geração de impulsos elétricos. E  que esta capacidade poderia ser aplicada à produção de  relógios mais precisos e baratos, já que o quartzo é o segundo mineral mais abundante no mundo. Os relógios a quartzo substiuíram os então mecânicos relógios suíços. Enquanto estes se desajustam em 1 décimo de segundo por dia, os de quartzo não erram mais que 1 milésimo. O curioso desta história: a tecnologia foi descoberta por um suíço, mas não foi levada a sério pelos fabricantes do país. Afinal, o que os pesquisadores estavam apresentando à indústria era um relógio sem mola mestra e sem engrenagens. “Nunca poderia ser o futuro desta indústria”, provoca o apresentador do vídeo. A ideia nem foi patenteada pela indústria suíça. O relógio não chegou a ser comercializado, mas foi exibido pelos pesquisadores num congresso internacional de relojoaria. Daí despertou o interesse das então incipientes indústrias de relógio americana, a Texas Instruments, e da japonesa, a Seiko. O resto da história já se sabe.


 Mas porque os suiços não perceberam que estava nascendo um novo paradigma para esta indústria? Porque estavam ofuscados pelo sucesso do velho paradigma, cravou o apresentador, diante do silêncio de meus 22 alunos. Há lições para se tirar disso?
















sexta-feira, 11 de maio de 2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Poema da mamãe

Ontem recebi uma ligação da minha mãe dizendo: "Bruno, dá uma olhada no seu email que te mandei um poema pra você postar lá no seu blog."

Fui lá e dei o confere. Um lindo poema feito a dedo, com uma sábia mensagem. Bom, mais justo do que tentar escrever pra minha mãe e "as mães" nesta data comemorativa, melhor mesmo é ouvir dela sua própria mensagem de mãe que é, mas com certeza de filha que foi e continuará sempre sendo da Dona Edite.

Agradeço a Deus por ter minha mãe comigo, e também agradeço ao Pai por já ter recolhido Dona Penha e Dona Edite, minhas avós, que quando estiveram por aqui cumpriram seu belíssimo trabalho materno!

Confiram esse lindo poema da mamãe:

Mãe, mulher virtuosa!


Mãe

Mulher virtuosa e honrosa,
Os filhos, são sua prioridade
O esposo, enamorado inseparável
O lar, seu paraíso encantado.

Amor e bondade são sua marca,
Esforço e dedicação, sua rotina
Pela família se esmera todo dia.

Mulher de luta e que labuta,
E para pôr ordem na casa e o pão sobre a mesa,
Se empenha e se desdobra com alegria.
Que beleza de mulher, exemplo de sabedoria!


Mãe

Mulher guerreira, que sente dor
E até com fadiga enfrenta o labor.
Mulher corajosa, virtuosa
Sinônimo de bondade e amor!


Mãe

Jóia rara e valiosa,
Vida dolorosa, vida preciosa.
Que seria de nós sem Ela?
Certamente um silêncio e dor.


Por: Loeci de Abreu Ramos.
08/05/2012


sexta-feira, 4 de maio de 2012

E agora José?

"E agora José?" - Caso I

José era um moço sonhador. Filho até então caçula dentre onze irmãos (depois veio mais um) de Jacó e Raquel, (sendo ele o décimo primeiro filho de Jacó e primeiro de Raquel) era o que podemos chamar de o preferido do papai e o queridinho da mamãe.

Quando digo que era "sonhador" não me utilizo de força de expressão, insinuando que fosse um criador de fábulas ou devaneios. Ele era um jovem que recebera um dom muito especial da parte de Deus: recebia revelações em forma de sonhos.

Por ser o predileto dos pais, inteligente, bem tratado e por possuir nitidamente qualidades diferenciadas quanto a educação e bons modos, despertou o ciúme dos irmãos que mergulhados na inveja e loucura armaram um plano contra José: venderam o irmão como escravo ao Egito.

Daí pra frente, muitas coisas boas e ruins aconteceram a José. Ruim, de cara, vem o fato de ter se tornado escravo. Lamentável. Boa, foi a sorte de ter sido comprado por Potifar, um capitão do Rei do Egito muito respeitado, boa gente, que, ao invés de tratar José como escravo, percebeu nele suas qualidades cativantes e a unção da parte de Deus sobre ele e logo o pôs como homem de confiança, e mais: entregou-lhe a governança de sua casa e de tudo o que tinha.

Estando na administração da casa do capitão da guarda egípcia, Potifar, um homem de guerra, que vivia fora a treinar exércitos e guerrear guerras, tomava conta de todas as posses e propriedades pertencentes ao seu senhor. Nessa posição convivia cotidianamente com alguém em especial: a esposa de Potifar. Vejam só que situação: José um homem jovem, inteligente, amável, bonito, numa posição de destaque convivendo em uma casa onde perambulava meio sem ter o que fazer uma mulher, esposa de um marido - ao que tudo indica - ausente, utilizando todo o seu tempo ocioso pensando bobagens. Bobagens sérias, do tipo adultério mesmo. E José se tornou o alvo de suas investidas.

Pelo o que relata a Bíblia, muitos foram os ataques sedutores por parte da esposa infiel do oficial de Faraó. Ela "mandava na lata": "deita-te comigo". José por fidelidade a Deus e respeito a seu senhor sempre escapava. A coisa ia ficando cada vez mais apertada para José que por fim entra numa enrascada.

Um certo dia, cansada de ser ignorado por José, e ter seus desejos carnais frustrados, a esposa de Potifar "resolve partir pra cima". Aproveitou um momento a sós com José e o agarrou na tentativa de forçá-lo a se deitar com ela.

"E agora José?"

O que fazer agora? Encurralado, forçado, acoado, coagido e reivindicado por uma mulher carente e determinada a usá-lo como seu objeto sexual? Se a mulher falasse francês diria: "Joseph, mon amour...Couche avec moi."

José mes amis, assassinando talvez o seu próprio desejo carnal e certamente submetendo-se ao temor a Deus e a fidelidade para com o seu senhor toma a decisão mais crente que poderia tomar: fugiu, correu, pulou fora, vazou na braquiária, retirou-se a galopes para fora da casa, deixando inclusive sua capa nas mãos da candidata a adúltera.

O desdobramento desse episódio resumo em um parágrafo: A esposa traidora ardilosamente forjou uma acusação de tentativa de estupro por parte de José, fazendo-se valer da capa de José em suas mãos utilizando-a como suposta prova para sua falsa acusação. José foi preso, acusado de traição e tentativa de estupro, passou anos na prisão. Estando lá a graça do Senhor Deus estava sobre ele, de modo que achou graça ao carcereiro-mor da prisão, fora exaltado por ele a ponto de ser levado a presença de faraó para interpretar os sonhos reveladores que Deus o dava. Ganhou a confiança de Faraó. Foi nomeado governador do Egito. Reviu e salvou sua família da morte e resgatou a prosperidade perdida por parte do povo hebreu.

"E agora José?" - Caso II

Os registros históricos não são precisos o suficiente, mas tudo leva a crer que José nasceu mesmo na Judéia na cidade de Belém no século I a.C.. Preciso mesmo é dizer que possuía raízes nobres: sangue de rei nas veias, descendente do famoso e conhecido "homem segundo o coração de Deus" - Rei Davi, o matador de gigantes, o harpista dos pastos, o guerreiro dos sangues nas mãos, o general das grandes batalhas, o vitorioso de Israel, o salmista dos mil versos.

Descendência genealógica a parte, José era carpinteiro, fabricante de mesas, cadeiras e móveis: tudo para sua casa. Existem histórias e estórias sobre sua verdadeira trajetória de vida. Prefiro imaginá-lo como um homem sereno, talvez um pouco calvo, de poucas palavras, de atitudes certeiras e conduta ilibada. Um negociante respeitado lá na sua cidade, um sujeito boa praça, bem quisto do tipo que quando alguém pedia informação sobre ele outro alguém respondia: "Estás a negociar com José? Ah, esse é boa gente! Pode pagar adiantado que esse te entrega sua mesa direitinho do jeito que você encomendou."

Também o imagino como um homem de oração. Um daqueles que estava sempre a orar nas sinagogas todos os sábados, um daqueles que vivia a dar conselhos aos demais irmãos problemáticos da igreja, uma espécie de obreiro na casa do Senhor. Conjecturo um homem envolvido com as coisas de Deus, que desde a infância viajava a Jerusalém na cruzada da Páscoa. Ó coisa boa! Que sujeito gente fina toda vida...

Aconteceu que segundo a tradição do seu povo, José estava prometido a casamento a uma noiva: formosa, honrada, de família, virgem de tudo de nome Maria. Imagino a felicidade de todos ali frente a este casamento. José, Maria, os familiares...casamento é sempre um momento marcante não só na vida dos noivos que dantes viviam sós agora iniciam a nova vida conjugal, como também para as famílias, desposar uma filha, um filho, ainda mais naquele tempo em que casamento era um ato extremamente crucial e social. O sujeito tinha que casar bem, com moça direita, família de boa índole e tudo o mais.

Só que algo extramente novo, único e profundamente genuíno aconteceu àquela futura família prestes a se formar: José, com tudo certinho pra casar descobre que sua futura esposa está grávida.

"E agora José?"

Ora, ora, ora! Grávida de quem minha gente?! José não encostou nenhum dedo nessa moça! "Valei-me Deus, como isso foi me acontecer?! Logo eu, um homem tão temente a tí Senhor, esperei tanto minha varoa, agora essa mulher me aparece grávida?!" - Poderia ter pensado José. Ele deve ter caído em prantos, de joelhos, deve ter orado horas a fio. Deve ter jejuado...afinal, tudo marcado, tudo acertando, tudo arranjado, era só aguardar a hora do casório e a mulher de barriga! O que será que a sorte reservava a esse nobre carpinteiro?

Pensou, pensou, pensou, orou, orou, orou e como conhecia a regra vigente, de que se levasse Maria ao sinédrio ela seria condenada culpada e dificilmente escaparia da morte por apedrejamento, resolveu tomar uma decisão que colocaria fim a sua  reputação e seu bom nome: "intentou deixá-la secretamente", fugir, correr, pular fora, vazar na braquiária. Não! Não por fugir da responsabilidade meu amigo leitor! Mas no intuito de poupar  a vida de sua amada, fugiria, porque assim, a noiva poderia alegar que o filho era de José e o noivo sim que fugiu de suas obrigações. Maria ficaria inocente (ao contrário de morrer), e José levaria a culpa por abandonar sua futura esposa grávida...e ainda seria acusado de ter forçado a moça.

Amado irmão, mas aquela gravidez não era uma simples gravidez! Era fruto do Espirito Santo de Deus e quem Maria carregava era o salvador de toda a humanidade! Glória a Deus por isso. E nosso Deus não deixaria assim, essa coisa mal explicada, mesmo porque José foi escolhido para essa missão: ser o pai terreno de Jesus. E projetando José essa história de escapar o anjo do Senhor lhe aparece com a seguinte mensagem: "José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus. Mateus 1:25". Depois dessas coisas, José foi um pai exemplar, pai de família zeloso e marido presente.

"E agora José?" - Caso III

Havia um homem chamado José oriundo de Arimatéia, um povoado de Judá. Este não era um homem de origem pobre, plantador de milho, pescador, carpinteiro, oleiro ou outra profissão braçal que você possa imaginar da época de Jesus. José era senador, proprietário do moderníssimo cemitério em Jerusalém,  ilustre membro da assembléia, homem muito rico e um agente secreto de Jesus Cristo infiltrado no sinédrio. Tudo bem, essa parte de agente secreto coloquei por minha conta. Mas a verdade era que José se considerava seguidor de Jesus, mas em segredo. Ele tinha medo da reação dos judeus frente a sua conversão a pregação de Jesus. Afinal que inconcebível seria para um membro do Grande Sinédrio acreditar num "herege" como Jesus, chamado "O Cristo". Talvez seria catastrófico pra ele próprio, sua família, esposa, filhos, reconhecer abertamente que Jesus era o Senhor. Causaria um infarto no seu pai idoso, um surto de repúdio por parte de tanta gente que o respeitava.

José deveria ser o orgulho de Arimatéia. O povo devia se orgulhar desse grande homem. Empresário de sucesso, senador de renome, gente nobre, enchia de orgulho sua terra. Como envergonhar as autoridades e seu povo acreditando em algo tão estapafúrdio como o evangelho pregado por Jesus Cristo? Jesus estava sendo acusado pela vontade do sinédrio, não pelo voto de José que mantinha sua fé em Jesus durante todo o tempo. Em segredo.

Jesus então foi condenado a morte de cruz. Não diretamente por Pilatos, não por Herodes, mas pelos principais dos sacerdotes e escribas que o acusavam com veemência. E José ali, no meio dos outros, observando tudo, talvez com o coração apertado, de mãos atadas, sem ter o que fazer para defender o mestre, sem coragem para abrir a boca. Como revelar-se seguidor de Jesus abertamente a todos? A coisa estava ficando feia. Jesus fora sentenciado pelo povo e agora iria para o Gólgota pagar pelos erros que não cometeu. José sabia disso e nada podia fazer. Talvez soubesse que lá atrás Jesus repreendeu Pedro, sobre o cumprimento de sua missão. Preferiu se retrair. "Segurou a onda", "deixou rolar". Alí na reconfortante segurança do anonimato.

Jesus morreu crucificado. Tudo fora consumado. Houve trevas. O véu do templo de rasgou ao meio. O povo viu a manifestação do poder de Deus. Agora, ali, restava o corpo sem vida de Jesus, exposto à multidão. É bem provável que José tenha pensado com lágrimas nos olhos: "Olha Jesus, o filho de Deus! Entregou a vida dele por mim, sem medo, sem pecado, esse homem puro sem acusação alguma se entregou a morte de cruz por amor a todas essas almas."

"E agora José?"

"Do que valeria ser um inútil servo de Jesus? O que valeria servir ao Rei dos reis e não se apresentar ao serviço? E mais: se Jesus sofreu a consequência maior de morte de cruz, que consequência ruim o suficiente recairia sobre mim pior do que essa?"

Tomado por um desejo profundo de ser útil, José então busca uma coragem até então escondida nos subterfúgios do coração e sai em disparada ao encontro de Pilatos, um amigo de outras oportunidades. Subiu as escadas com passos firmes, cara sisuda, circunspecto, determinado e corajoso. Passou pelos soldados utilizando-se do salvo-conduto peculiar à sua função, e adentra ao palacete de Pilatos, solicitando de uma tacada só, sem rodeios o que na verdade veio reinvidicar: "Pilatos, eu quero o corpo de Jesus. Vou lhe dar um sepultamento digno." Pronto, não havia mais segredo! O povo agora sabia. Os doutores acabaram de tomar conhecimento e ficaram chocados. Bem que todos os indícios já apontavam pra isso: José era um seguidor secreto de Jesus esse tempo todo.

Não se sabe as consequências humanas de reprovação que José sofreu. A Bíblia não relata mais a respeito desse homem que cuidou do funeral digno de Jesus. Alguns livros apócrifos dos séculos seguintes afirmam  que ele foi reprovado juntamente com Nicodemos por se revelar seguidor de Jesus, e por isso tenha conhecido a prisão. São especulações e conjecturas que não nos dizem respeito. Mas o fato é que José fora tocado de maneira especial. Revelou-se, declarou-se publicamente sobre sua fé em Jesus. Não pensou mais nas consequências. Entendeu que seria cristão de verdade independente da patente ou classe social que fazia parte.

Morreu, assim como o destino final de cada um de nós aqui na terra. Mas seu testemunho permanece registrado nas escrituras sagradas e na hora de responder aos dilemas da vida soube escolher a melhor resposta.
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*Parafrasear um poema secular de Carlos Drummond de Andrade intitulado José apelidado de "E agora José" frente ao evangelho é algo a princípio surreal e inimaginável. No entanto, peguei o gancho de seu título e "linquei" aos nossos "Josés" bíblicos, que talvez a você, como muitas vezes a mim passam despercebidos, ou então apresentados como heróis bíblicos em nossos sermões alheios aos seus dilemas e dramas pessoais. No entanto, eles eram pessoas normais assim como eu e você. E frente ao evangelho, quando eu e você formos confrontados saberemos dar a resposta correta? E agora Bruno? E agora Marcos? E agora Samantha? E agora Suzana? E agora Paulo? - O que fazer para prosseguir daqui pra frente?

Assim como esses nossos irmãos bíblicos, saibamos escolher a melhor resposta e prosseguir para o alvo.



"Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus".  Filipenses 3:12-14









Felicidade se faz com música

Olá a todos!

Enfim, resolvi de vez expor minhas escritas. Sempre quis escrever, apresentar um pouco as idéias que estão sempre enclausuradas na minha mente, sem ter como escapar. Espero que gostem de tudo o que eu carinhosamente estou apresentando ai. E, se por um caso, precisares de uma banda pra tocar no seu casamento, na sua festa, no seu evento...estamos ai, fácil falar comigo. Abraços.

Abraço a todos.

brunodearamos@gmail.com
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